O Brasil é o país com a quinta maior taxa de assassinato de mulheres ou feminicídio. 38% desses crimes são cometidos por companheiros ou ex-companheiros das vítimas, apontam dados do Datafolha. Ainda de acordo com o instituto de pesquisa 7 mulheres morrem diariamente vítimas de violência doméstica. Foi o caso da professora de Palmas (TO), Danielle Christina Lustosa Grahs, encontrada morta nesta segunda-feira (18). O suspeito é o companheiro de Danielle, o médico Álvaro Ferreira.
A vereadora Eliana Gomes (PCdoB) protocolou, na Câmara Municipal de Fortaleza, projeto de lei que propõe a criação do Dia Municipal de Combate ao Feminicídio, a ser destacado anualmente em 20 de agosto. “Não podemos permitir que os números desta triste realidade continuem a subir e o primeiro passo começa no nosso lar, na nossa cidade”, diz a liderança comunista.
"Violência no Brasil é um fenômeno social articulado a partir do racismo e do patriarcado", diz Bruna Cristina Jaquetto Pereira, pesquisadora visitante da Universidade de Berkeley, na Califórnia, nos Estados Unidos.
Metade das mulheres mortas por agressões no Brasil, entre 2009 e 2014, foi assassinada dentro da própria casa, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde. O número inclui crianças e adolescentes. Foram mais de 2,7 mil mortes por violência provocada no período, sendo que em mais de 40% dos casos os autores são familiares, cônjuges ou ex-cônjuges.
No debate sobre a tipificação de crimes, a problemática não é exatamente de pena e, sim, de contexto sociocultural.
Por Ana Lara Camargo de Castro*
A procuradora da Mulher no Senado, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), repudiou a morte de Laís Andrade Fonseca, assassinada no sábado (7), pelo ex-companheiro dentro de um carro de polícia, em Minas Gerais.
Metalúrgicas fizeram na manhã desta terça-feira (10) um ato contra a violência à mulher. A manifestação das mulheres ligadas ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC se realizou em homenagem à Geyse Andrade Silva, ex-funcionária da Revoluz, assassinada em agosto pelo ex-companheiro, no município de Diadema.
A cidade de Ananindeua, no Pará, tem o maior índice de feminicídios no Brasil registrados em 2015, com 21,9 homicídios para cada 100 mil mulheres. Segundo a pesquisa no DataSus, em 2015 morreram em Ananindeua 40 mulheres por armas de fogo, 12 por objetos cortantes, três por força corporal e uma por sufocamento. O recorte de raça também salta aos olhos: em dez anos, das 343 mulheres assassinadas, 306 eram pardas e negras e 35, brancas.
Em depoimento para a TV Vermelho, Vanja Santos, presidenta nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), declarou que a luta deve ser geral e unificada contra o atual governo golpista e "vendido". Além disso, ela ressaltou a importância das mulheres aderirem à luta nesse momento dificíl vivido pelo país, para que não haja retrocessos na conquista de seus direitos
A ANAMATRA – Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho e a AMATRA 2 – Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região divulgou em nota a indignação perante ao assassinato da juíza Claudia Zerati, titular da 2ª Vara de Franco da Rocha, morta pelo marido no domingo (20)
Silenciar, em nome de uma moral religiosa, diante de feminicídios como o de Mayara Amaral é ser cúmplice da violência
Por Gisele Pereira*
O ex-ministro argentino Esteban Bullrich, candidato do governo na província de Buenos Aires, usou a campanha feminista pelo direito ao aborto para criticar a interrupção voluntária da gravidez. Bullrich distorceu as demandas do movimento "Ni una Menos" (Nenhuma a menos), que exige o fim dos assassinatos de mulheres causados pela violência machista, e comparou o aborto com o feminicídio.