O Conexão Repórter, comandado por Roberto Cabrini no SBT, traz imagens chocantes da situação desesperadora da Somália. A guerra civil que já dura 20 anos, a maior seca de sua história e o abandono dos somalis, por parte dos países ricos, são alguns dos fatores da tragédia no território pertencente ao chifre africano. A denúncia ecoa forte já que milhares de pessoas estão morrendo a cada minuto no país e pouco se tem feito para reverter a situação.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, disse nesta quinta-feira (18) que é responsabilidade da comunidade internacional por em prática medidas que evitem o agravamento da fome no Nordeste da África – região conhecida como Chifre da África.
No final do século 20, os líderes mundiais aceitaram incluir entre as Metas do Milênio o objetivo de reduzir pela metade a fome e a desnutrição no mundo até 2015. É talvez um objetivo demasiado ambicioso?
Ainda que a África tenha conseguido sobreviver a duros tempos de epidemias e guerra, há várias décadas, outro inimigo, a seca persistente, coloca a sua região nordeste à beira de uma catástrofe. Para compreender os efeitos perniciosos da escassez de chuvas, deve-se saber que se vive um momento trágico de deterioração das condições do clima, cujas causas imediatas são imputáveis algumas vezes aos africanos e outras nem tanto.
A ajuda para as vítimas da crise de fome na Somália pode vir de uma fonte incomum: um estudante ganense de 11 anos empenhado em realizar um sonho milionário para salvar as crianças vítimas dessa tragédia.
A área especializada de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) deve assumir a responsabilidade do fórum mundial pela fome que se estende pela África oriental e reclamar cooperação dos países-membros para solucionar essa grave crise alimentar, afirmaram especialistas.
Funcionários do Programa Mundial de Alimentos, que estão na região, vão responder a questões sobre a crise humanitária no Chifre da África às 14h, pelo horário de Brasília. A fome declarada em cinco regiões da Somália é parte da pior crise humanitária das últimas três décadas
A Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur) enviou, pela primeira vez em cinco anos, um avião com artigos de necessidade básica para as vítimas da fome na capital da Somália, Mogadishu. O objetivo é distribuir 31 toneladas de folhas de plástico, cobertores e colchões. A aeronave seguiu rumo à Somália na última sexta-feira (5).
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) advertiu hoje (5) que a tendência é aumentar o número de áreas atingidas pela fome na Somália. Só no país, 3,7 milhões de pessoas enfrentam o problema, das quais 3,2 milhões precisam de assistência imediata. A previsão é que, em até seis semanas, a fome se espalhe para o restante do país e os vizinhos.
A fome se estendeu a três novas regiões do sul da Somália, informou nesta quarta-feira (3) a Unidade de Análise da ONU para a Segurança Alimentar e Nutrição (FSNAU, sigla em inglês). Estas novas regiões incluem duas zonas para as quais fugiram milhares de somalis em busca desesperada de alimentos.
Erradicar a fome até 2025 é uma meta viável para os países da América Latina, na avaliação do recém-eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano.
A palavra incerteza comanda a agenda do nosso tempo, e tão cedo não perderá essa prerrogativa.
Por José Graziano da Silva*