A fome pode causar a morte de cerca de 750 mil pessoas, principalmente crianças e adolescentes, nos próximos quatro meses, na Somália. A conclusão está em um relatório do Centro de Análise para Segurança Alimentar das Nações Unidas, divulgado nesta segunda-feira (5) em Nairóbi, no Quênia.
O ator Antonio Banderas, embaixador da boa vontade do Programa de Desenvolvimento da ONU, fez um apelo para que o mundo se mobilize para solucionar o grave problema da fome. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) convocou às pressas uma reunião em Roma com o objetivo de buscar soluções para a grave fome que assola o continente africano. A estimativa é que 12,4 milhões de pessoas precisam de ajuda urgente em países como Djibuti, Etiópia, Quênia, Sudão e Uganda.
A ONU anunciou nesta sexta-feira (2) que vai intensificar a distribuição de alimentos nos campos de refugiados somalis na Etiópia, após comprovar que a taxa de desnutrição aguda aumenta de forma alarmante, particularmente entre as crianças.
A conferência de doadores, organizada pela União Africana (UA) em Adis Abeba, Etiópia, realiza-se nesta quinta-feira (25) e tem por objetivo "apoiar os esforços coletivos" da comunidade internacional para "angariar os fundos necessários para responder a esta crise urgente" e ajudar as populações afetadas na região do Chifre da África, anunciou a UA.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta quarta (24) que poderá aumentar verba de financiamentos para Djibuti e Quênia, para aliviar os efeitos da seca no Chifre da África. O debate de medidas como essa estarão na pauta da Conferência da União Africana, que reúne líderes africanos nesta quinta-feira (25), em Addis Abeba, capital etíope.
"Essa cidade não deveria existir”, diz Maira. A refugiada da Somália refere-se ao Campo de Dadaab, um verdadeiro testamento vivo da tragédia de toda uma região da África e, hoje, um certificado da falência da estratégia de combate à fome.
O Conexão Repórter, comandado por Roberto Cabrini no SBT, traz imagens chocantes da situação desesperadora da Somália. A guerra civil que já dura 20 anos, a maior seca de sua história e o abandono dos somalis, por parte dos países ricos, são alguns dos fatores da tragédia no território pertencente ao chifre africano. A denúncia ecoa forte já que milhares de pessoas estão morrendo a cada minuto no país e pouco se tem feito para reverter a situação.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Jacques Diouf, disse nesta quinta-feira (18) que é responsabilidade da comunidade internacional por em prática medidas que evitem o agravamento da fome no Nordeste da África – região conhecida como Chifre da África.
No final do século 20, os líderes mundiais aceitaram incluir entre as Metas do Milênio o objetivo de reduzir pela metade a fome e a desnutrição no mundo até 2015. É talvez um objetivo demasiado ambicioso?
Ainda que a África tenha conseguido sobreviver a duros tempos de epidemias e guerra, há várias décadas, outro inimigo, a seca persistente, coloca a sua região nordeste à beira de uma catástrofe. Para compreender os efeitos perniciosos da escassez de chuvas, deve-se saber que se vive um momento trágico de deterioração das condições do clima, cujas causas imediatas são imputáveis algumas vezes aos africanos e outras nem tanto.
A ajuda para as vítimas da crise de fome na Somália pode vir de uma fonte incomum: um estudante ganense de 11 anos empenhado em realizar um sonho milionário para salvar as crianças vítimas dessa tragédia.
A área especializada de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) deve assumir a responsabilidade do fórum mundial pela fome que se estende pela África oriental e reclamar cooperação dos países-membros para solucionar essa grave crise alimentar, afirmaram especialistas.