Na primeira tentativa do governo Bolsonaro de jogar papel efetivo no cenário internacional, o Ministério das Relações Exteriores fracassou. A diplomacia brasileira tentou fazer contatos nos últimos dias para sondar a disposição de China, Rússia e Turquia de romper com o regime de Nicolás Maduro e reconhecer o golpista Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela. Esnobado – o que era previsível –, o Itamaraty desistiu da pretensiosa tentativa de mudar a postura dos três países.
O Palácio do Planalto terá trabalho para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. Nos bastidores, assessores do governo reconhecem que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com as novas regras não tem nem cem votos sequer consolidados hoje. Como são necessários 308 votos favoráveis, a meta da gestão Jair Bolsonaro (PSL), segundo o jornal Valor Econômico, é conquistar o apoio de 360 parlamentares antes de pôr o texto para votação no plenário da Câmara.
Nesta semana, em meio à sucessão de escândalos e à apresentação de uma reforma da Previdência visando submeter as parcelas pobres da população a um regime ainda mais brutal de espoliação no trabalho e sujeição, o sr. Bolsonaro conseguiu encontrar tempo para comentar um filme.
Por Vladimir Safatle, na Folha de S.Paulo
Fã de transmissões na internet, Jair Bolsonaro despontou em um vídeo em 17 de outubro, eleição a mil, com palavras surpreendentes para o dono do lema “Deus acima de todos”. A Igreja Católica, disse, possui uma “parte podre”, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Por André Barrocal, na CartaCapital
Se a proposta de reforma da Previdência apresentada nesta quarta-feira (20) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) for aprovada pelo Congresso Nacional, “as mulheres serão as mais prejudicadas”. A afirmação é de Marilane Teixeira, professora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Cesit-Unicamp).
O governo Bolsonaro já escolheu heróis e vilões no enredo que contará à população para tentar aprovar a reforma da Previdência. Na narrativa oficial, os militares são os “mocinhos” vulneráveis que precisam ser protegidos e poupados, merecendo, assim, regras à parte (prometidas para daqui a 30 dias).
Por André Cintra
A proposta de “reforma” da Previdência do governo Jair Bolsonaro – em especial o regime de capitalização pretendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes –vai prejudicar não apenas os trabalhadores na ativa. Quem já está aposentado também corre riscos.
Fiquei surpreso ao saber que a Igreja Católica em Manaus está sob suspeita de estar preparando uma ofensiva contra o governo no Sínodo que vai acontecer em outubro. Ao que tudo indica, as reuniões preparatórias que aconteceram na nossa cidade foram monitoradas pelos órgãos de informação. A minha primeira reação foi de estranheza, pois nada fizemos de secreto.
Por Dom Sérgio Eduardo Castriani*, no Portal da CNBB
Na última sexta-feira (15), o jornalista Luis Nassif publicou artigo no Portal GGN analisando como o anúncio de uma suposta Lava Jato na Educação, em parceria entre os ministros da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues, e da Justiça, Sérgio Moro (usando a marca que o tornou conhecido como juiz), representa a inauguração oficial do estado policial no Brasil.
Por Tascia Souza, no site da Contee
Como num juramento típico das máfias do sul da Itália, o clã Bolsonaro declarou guerra à família Marinho. Quem ouve os áudios revelados nesta terça-feira (19) das conversas entre o presidente da República e seu ex-ministro deduz que a vendeta do governo contra a TV Globo está encomendada. É possível concluir, também, que a emissora, como adversária poderosa que é, já se infiltrou no front adversário. É uma guerra sem volta.
Por André Cintra
A ampla maioria da população é contrária a um dos pontos centrais – e mais perversos – da reforma da Previdência do governo Bolsonaro. De acordo com pesquisa XP/Ipespe, 70% dos brasileiros rejeitam a proposta de fixar a idade mínima para a aposentadoria em 65 anos para homens e 62 anos para mulheres. Na prática, a regra 65/62, fruto de uma negociata entre a equipe econômica e o presidente Jair Bolsonaro (PSL), bloqueia o acesso de boa parte dos trabalhadores à Previdência Social.
Acontece nesta terça-feira (20/2), na Praça da Sé, em São Paulo (SP), o primeiro grande ato unitário de 2019 contra a reforma da Previdência de Paulo Guedes – o ministro ultraliberal da Economia do governo Jair Bolsonaro (PSL). É a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora. A atividade ocorrerá no mesmo dia que o presidente vai protocolar sua proposta de desmonte da Previdência Social no Congresso Nacional. Além das centrais, o protesto é apoiado pelas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.