O aguardado anúncio da reforma da Previdência da gestão Bolsonaro virou tema secundário na base governista e na pauta do noticiário. Tudo por causa de uma nova ingerência dos filhos do presidente nos rumos e nas decisões do governo. Setores pró-Bolsonaro ou favoráveis às reformas liberais – como os militares e a grande mídia – deram uma espécie de ultimato ao presidente e cobraram, publicamente, o fim da “filhocracia”.
Por André Cintra
A crise envolvendo o ministro Gustavo Bebianno e o PSL, partido do presidente da República, é a segunda a subir a rampa do Palácio em menos de dois meses de mandato. A primeira, ainda pendente de explicações, é a de Flávio Bolsonaro, suas exóticas transações financeiras e relações com as milícias que atuam no Rio de Janeiro.
Por Orlando Silva*, no Jornal GGN
Em reunião realizada na sede do Dieese nesta quinta (14), as centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, Nova Central, CGTB, CSB, Intersindical e CSP-Conlutas) debateram a mobilização para a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, convocada para o próximo dia 20, e acenaram com a organização de uma greve geral no país contra a proposta de reforma da Previdência do governo Bolsonaro e em defesa das aposentadorias e da Previdência Pública.
Em apenas 45 dias sob o governo Jair Bolsonaro (PSL), o Itamaraty “antiglobalista” já é alvo de críticas generalizadas. Na opinião de Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), a crise é de tal precocidade e envergadura que parte da comunidade internacional começou a evitar o Ministério das Relações Exteriores e elegeu o vice-presidente, Hamilton Mourão, como interlocutor preferencial.
Ao assumir o Palácio do Planalto, em 1º de janeiro, Jair Bolsonaro (PSL) fez questão de citar “o grande desafio de enfrentar os efeitos (…) do desemprego recorde”. Ainda que de forma genérica, prometeu não apenas “bons empregos” – mas também “boas escolas, capazes de preparar (…) para o mercado de trabalho”.
Por André Cintra
No artigo “Quatro frases que aumentam o nariz do Pinóquio”, publicado em 2011, o jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) desmascarou as mentiras mais contadas por falsos “especialistas” em meio ambiente: 1) “Somos todos culpados pela ruína do planeta”; 2) “É verde aquilo que se pinta de verde”; 3) “Entre o capital e o trabalho, a ecologia é neutra”; e 4) “A natureza está fora de nós”.
Alguém disse – e foi o jornalista Apparício Torelly (1895-1971), o Barão de Itararé – que, “de onde menos se espera, daí é que não sai nada”. Esse irreverente adágio até poderia ilustrar as primeiras semanas do governo Jair Bolsonaro (PSL), já tão fartas de retrocessos. O problema é que, não bastasse o próprio presidente da República, há todo um ministério ávido a inverter a máxima do Barão e provar que o pior desse governo emergirá, muito provavelmente, das fontes mais óbvias.
Por André Cintra
O Hospital Albert Einstein informou que o presidente Jair Bolsonaro deixou nesta segunda-feira (11) a unidade de terapia semi-intensiva e foi transferido para um quarto. Com alta prevista para os próximos dias, após se recuperar de uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia, ele já definiu a prioridade número 1 de sua volta ao Palácio ao Planalto: finalizar o texto da reforma da Previdência que será apresentado ao Congresso.
Num governo atolado de contradições, mas abertamente pró-Estados Unidos, só faltava um membro do primeiro escalão contrariar de frente a linha ultraliberal do ministro Paulo Guedes (Economia) e a submissão à Casa Branca. Agora, não falta mais. Principal porta-voz do agronegócio na gestão Bolsonaro (PSL), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defende subsídio estatal no setor primário, parceria com a China e “briga dura” com os Estados Unidos. Tudo em nome de sua base ruralista.
O governo Bolsonaro é generoso com seus parentes e amigos. O filho do vice-presidente, Hamilton Mourão, triplicou o salário no Banco do Brasil (R$ 36 mil). A empresária Leticia Catelani, amiga de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, descolou um empregão na Apex (R$ 43 mil). Agora, Bruna Luiza Becker, amiga do assessor internacional de Bolsonaro, Filipe G. Martins, foi nomeada assessora do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues e vai ganhar R$ 13 mil por mês.
Os aliados do governo Bolsonaro começaram o dia alarmados com outra reportagem-bomba da Folha de S.Paulo: é cada vez maior a suspeita do uso de laranjas pelo PSL nas eleições para deputado. Uma candidatura de fachada à Câmara Federal, a de Lourdes dos Anjos (PSL-PE), recebeu R$ 400 mil do fundo partidário e teve apenas 274 votos.
Desde que tomou posse no Itamaraty, em 2 de janeiro, com um dos discursos mais prolixos e enfadonhos na história da República, Ernesto Araújo deixou clara a vocação para a retórica pretensiosa. Se a péssima repercussão de sua estreia como ministro de Relações Exteriores do governo Bolsonaro o inibiu, foi temporariamente.