Em entrevista IHU On-Line, Sônia e Tânia Haas – duas gaúchas que tiveram suas vidas marcadas pela ditadura militar, irmãs do médico gaúcho João Carlos Haas, militante do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), assassinado durante a Guerrilha do Araguaia, em 1972, – dizem que "ele perseguia um ideal, e isso tem a ver com a formação que tivemos em casa, de ter um olhar humanitário, de se preocupar com o próximo”.
A segunda edição do livro Guerrilha do Araguaia – a esquerda em armas, de Romualdo Pessoa, e a obra Antes do Passado – O silêncio que vem do Araguaia, de Liniane Haag Brum, foram lançados na noite desta quarta-feira (17), em Goiânia.
Por Eliz Brandão
Membro da Comissão Nacional da Verdade, a psicanalista Maria Rita Kehl defende que existem indícios suficientes para justificar a investigação de denúncias de violação contra populações indígenas entre 1946 e 1988.
Há exatos 40 anos, no dia 24 de setembro de 1972, o Brasil tomava conhecimento de um dos eventos mais expressivos de nossa história recente. Nesse dia, foi publicada a primeira matéria sobre a Guerrilha do Araguaia. O texto do jornal O Estado de S. Paulo saiu cinco meses após o Exército Brasileiro ter deflagrado, na margem esquerda do Rio Araguaia, na divisa dos estados do Maranhão, Pará e de Goiás (hoje do Tocantins), a operação que resultaria na morte de quase uma centena de pessoas.
O jornalista e escritor Leonencio Nossa desembarcou na capital baiana, nesta sexta-feira (21/9), para lançar o seu novo livro, batizado de “MATA!” (Companhia das Letras, R$ 45), sobre a Guerrilha do Araguaia (1966-74). Entre os jornalistas e estudantes que foram acompanhar o lançamento, estava presente Sônia Haas, a irmã de um dos guerrilheiros mortos, o médico João Carlos Haas.
A Comissão da Verdade oficializou nesta segunda (17) que suas investigações alcançarão somente as violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado, ou a serviço da ditadura militar (1964-1985). A decisão, publicada no Diário Oficial, diz que o grupo elucidará abusos (como assassinatos, torturas e desaparecimentos) praticados "por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado".
Depois de dez anos de pesquisas em arquivos públicos e particulares, além de diversas viagens à região do Bico do Papagaio (confluência dos rios Araguaia e Tocantins), chega a Salvador, na próxima sexta-feira (21/9), o livro “MATA!” do jornalista Leonencio Nossa. O lançamento acontece às 9h, no auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Ondina, onde o autor dará autógrafos e fará palestra sobre Jornalismo Investigativo e seus desafios.
A decisão judicial de processar criminalmente militares envolvidos em mortes e desaparecimentos na Guerrilha do Araguaia deverá abrir caminhos para que outras responsabilidades sejam apuradas, disse nesta sexta-feira (31) a representante da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos de São Paulo, Criméia Almeida, ao participar de debate sobre o atendimento às vítimas da violência do estado no Brasil e Argentina, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
“Os juízes estão tendo a coragem política e contribuindo para aprofundar o processo democrático no país”, declarou em entrevista à Rádio Vermelho Aldo Arantes, secretário Nacional do Meio Ambiente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que integra o Grupo de Trabalho Araguaia (GTA), ao falar sobre decisão inédita da Justiça de Pará, ao aceitar denúncias do Ministério Público Federal.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho com agências
A juíza Nair Cristina Corado Pimenta de Castro, de Marabá, aceitou, nesta quarta-feira (29), a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) do Pará contra coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, o Major Curió, e Lício Augusto Maciel, acusados de crimes cometidos na repressão à guerrilha do Araguaia. Trata-se de uma decisão inédita na Justiça do Brasil.
Em fins de julho fui convidado para a comemoração do centenário do pajé Awaçai, velho índio Aikewara, na aldeia Sororó entre São Domingos e São Geraldo do Araguaia. Dirigi-me até a aldeia, distante uns 100 km de Marabá, em companhia do pesquisador Rodrigo Peixoto do Museu Paraense Emilio Goeldi.
Por Paulo Fonteles Filho*
O secretário nacional do Partido Comunista do Brasil, Aldo Arantes, criticou nesta quinta-feira (2), o fracasso nas buscas de restos mortais de desaparecidos na Guerrilha do Araguaia e responsabilizou as Forças Armadas, especialmente o Exército. Segundo o dirigente comunista, antes que as buscas começassem, os militares retiraram os corpos dos locais onde estavam enterrados. Não se descarta a hipótese de alguns terem sido incinerados ou jogados no Rio Araguaia.