Dilma, no Senado, escancarou a inexistência de motivos reais para condená-la, exceto o assalto ao poder para destruir a proteção da sociedade contra o mercado.
Por Saul Leblon*, na Carta Maior
Após a presença da presidenta eleita Dilma Rousseff no Plenário do Senado, nesta segunda-feira (29), foi encerrada a fase de instrução no julgamento do processo de impeachment. Para esta terça-feira (30), estão previstos os debates entra a acusação e defesa, podendo cada uma fazer uso da palavra por uma hora e meia. Nesse tempo, estão incluídos eventuais apartes consentidos pelos oradores.
Em sua coluna semanal na Folha de São Paulo, nesta terça-feira (30), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) analisa o discurso da presidenta Dilma Rousseff na sessão de ontem (29). E destaca que aqueles que votarem “na farsa que eles chamam de impeachment” jamais se livrarão da pecha de golpistas.
Os golpistas fizeram de tudo para evitar a presença de Dilma Rousseff diante do tribunal de exceção do Senado na manhã desta segunda-feira (29). Espalharam boatos e estimularam a cizânia. Temiam a repercussão do seu pronunciamento – no Brasil e no mundo.
Por Altamiro Borges*
Nas suas considerações finais, na sessão do Senado Federal que julga o pedido de impeachment de seu mandato, a presidenta Dilma Rousseff pediu que os senadores tenham “consciência” na hora de avaliar o processo. “O país precisa de todos vocês”, disse. Defendendo que é preciso ter “maturidade”, ela avaliou que o embate político é algo normal, mas rechaçou a tentativa da oposição de “inventar crimes de responsabilidade” e “transformar o orçamento público em espaço de disputa ideológica”.
Durante apresentação de sua defesa no Senado Federal nesta quarta-feira (29), a presidenta Dilma Rousseff considerou inadequados projetos em que a negociação coletiva predomine sobre os direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). É o chamado negociado sobre o legislado, que ganhou força com a chegada do interino Temer à presidência. Ela ressaltou as qualidades da CLT e disse que a legislação trabalhista beneficiou o país.
Por Railídia Carvalho
Do lado de dentro do Senado, os senadores que apoiam o impeachment alegam que "a voz das ruas" cobra a saída de Dilma Rousseff. Mas não é isso que dizem as imagens dos dois atos que acontecem, na noite desta segunda (29), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Confira abaixo.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou na noite desta segunda-feira (29) que as razões reais do impeachment “se chamam Eduardo Cunha”. O parlamentar definiu também como “dúbia” a postura do PMDB no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff e enumerou acontecimentos em que o partido do presidente interino Michel Temer agiu em favor do golpe.
Impedidos pela Polícia Militar (PM) de prosseguir em caminhada pela Avenida Paulista até a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), manifestantes contrários ao impeachment da presidenta afastada Dilma Rousseff estavam concentrados, por volta das 21h desta segunda (29), em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os participanes do protesto iriam discutir, ainda hoje, se manteriam a Paulista ocupada durante toda a madrugada.
O senador Telmário Mota (PDT-RR) confirmou, na sua fala no Senado, nesta segunda (29), que tem "absoluta certeza" de que a presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade. "Hoje a senhora está aqui sendo julgada politicamente", disse Mota.
A presidente Dilma Rousseff voltou a defender um plebiscito para consultar a população sobre a antecipação das eleições presidenciais, em vários momentos, durante a sessão do impeachment no Senado nesta segunda-feira (29).
A bancada de deputados federais do PCdoB acompanhou o discurso da presidenta Dilma Rousseff no Senado Federal e reafirmou a denúncia de que está em curso um golpe. Os comunistas alertaram ainda que o golpe representa uma ameaça à democracia e aos avanços que o país obteve nos últimos anos.