IPCA-15 apontou aumento de 22,27% no valor do leite; enquanto isso, Auxílio Brasil chegará defasado aos beneficiários
Na internet e nos supermercados crescem as críticas ao alto custo dos produtos e o descaso do governo federal.
Os mais afetados por este drama são os moradores de favelas e a população de rua. Os que passam fome no Rio de Janeiro encheriam quinze vezes o estádio do Maracanã.
Com as decisões de acabar com os estoques reguladores de alimentos no país e com o financiamento agrícola além de manter atrelados os preços dos combustíveis ao mercado internacional, Bolsonaro é o responsável pela inflação que corrói o poder de compra, aumentando a fome no país.
Inflação sem controle leva lideranças e entidades suprapartidárias a unirem-se nas periferias de várias cidades para defender o controle de preços dos itens indispensáveis à sobrevivência.
Para o economista José Baccarin, produtor nacional não abre mão de obter, cobrando em reais, mesmos lucros que aufere ao comercializar em dólar. “Mas não basta achar que este é um problema que veio de fora, e contra o qual não se pode fazer nada. Pode-se sim, e deve-se”, defende.
Alta de 2,64% foi o maior avanço de preços no mês. Em doze meses, aumento acumulado é de 15,22%, diz Apas.
Entidades do setor também projetam aumento dos preços de bolos, biscoitos e massas em geral. Brasil importa de seis a sete toneladas de trigo todos os anos. Em entrevista ao Portal Vermelho, o economista André Modenesi havia previsto o encarecimento do pãozinho.
Cálculo é feito pelo Dieese, com base na cesta básica mais cara do país e deve bancar despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família com 4 pessoas.
Mais de um quarto das exportações mundiais de trigo vêm da Rússia e da Ucrânia. Maioria dos países consumidores são da Ásia e da África.
Segundo professor do Instituto de Economia da UFRJ e que coordena o Observatório do Banco Central, o Brasil terá inflação com recessão em 2022 caso não aconteça uma mudança na política econômica.
Segundo levantamento realizado pelo Dieese para o Portal Vermelho, no início do Governo Bolsonaro, o custo da alimentação de um trabalhador estava em R$ 467,65 enquanto o salário mínimo foi fixado em R$ 998,00. Ou seja, era suficiente para comprar 2,1 cestas. Em setembro de 2021, a cesta já chegava a R$ 673,45 para um salário de R$ 1.100,00, conseguindo o mínimo adquirir 1,6 cesta.