No memorável documentário O longo amanhecer, de José Mariani, professor da Escola de Cinema da PUC-RJ, o mestre Celso Furtado, já bastante debilitado, responde ao diretor do filme, quando perguntado quem manda no país: “É essa taxa de juros de fantasia”. Recentemente, a partir de sua tese de doutorado, o cientista social Ricardo K. Iwata publicou “Ordem mundial e as agências de rating: o Brasil no contexto mundial de 1996 a 2010”, lançado pela Editora Senac.
Por Paulo Rubem Santiago*
A taxa de juros cobrada das famílias subiu 0,7 ponto percentual, de agosto para setembro. A taxa ficou em 37,2% ao ano, no mês passado, para o crédito com recursos livres, de acordo com dados divulgados nesta terça (29) pelo Banco Central (BC).
O Banco Central (BC) considera não ser mais necessária uma geração de superávit primário (que serve para pagar os juros da dívida) tão grande. É o que consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira (30). Segundo o BC, a situação atual é diferente de quando a solvência do setor público era motivo de preocupação, situação que impunha um superávit primário maior.
A taxa de juros média para pessoa física no mês de agosto ficou em 5,51%, a quarta alta registrada este ano. O índice apresentou elevação de 0,03 ponto percentual em relação a julho, segundo pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
O movimento de consumidores por crédito caiu 5,5% em agosto na comparação com julho e 3,3% sobre agosto de 2012. Apesar desse recuo, no acumulado de janeiro a agosto, foi apurada elevação de 4,7%. O resultado faz parte da pesquisa Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito.
Um lembrete de uma realidade registrada assim no livro Qual desenvolvimento?, do economista Marcio Pochmann: A concentração da renda e da riqueza é uma marca inalienável do Brasil. De acordo com o Atlas de exclusão social — Os ricos no Brasil (Campos, 2004), somente 5 mil clãs apropriam-se de 45% de toda a riqueza e renda nacional, embora o país tenha mais de 51 milhões de famílias.
Em reunião concluída na noite desta quarta-feira (28) o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 9%. É a quarta rodada de aumentos dos juros desde abril deste ano, quando a Selic estava em 7,25%.
As taxas de juros tanto para empresas quanto para as famílias subiram de maio para junho, de acordo com dados divulgados nesta sexta (26) pelo Banco Central (BC). A taxa média de juros para as pessoas físicas subiu 0,3 ponto percentual para 24,3% ao ano. Para as empresas, a taxa subiu 0,5 ponto percentual para 14% ao ano.
Em tese, a política fiscal seria o espaço da solidariedade no capitalismo. Caberia a ela transferir recursos dos mais ricos para os fundos públicos, destinados a contemplar os mais pobres e o bem comum.
Por Saul Leblon
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) espera pela retomada dos investimentos e continuidade do crescimento do consumo das famílias. A avaliação está na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quinta (18).
De acordo com o coordenador do Dieese, Nelson Karan, tendência de elevação de taxa de juros pode levar Brasil para o caminho da Europa. Para o especialista, "isso significa menos emprego, menos salários, menos oportunidade para todos. Esse remédio que o mercado pede é o que vem sendo aplicado nas economias europeias, cujo resultado estamos todos assistindo”, avalia Karan.
A taxa básica de juros, a Selic, deve chegar ao final de 2013 a 9,25% ao ano. A projeção é de instituições financeiras consultadas todas as semanas pelo Banco Central (BC). Na semana passada, a previsão para a Selic no fim do período era 9% ao ano. Para o final de 2014, a projeção também é 9,25% ao ano.