As 600 famílias acampadas em parte na Fazenda Toca da Raposa, no município de Planaltina, no Distrito Federal, vão resistir à reintegração de posse já expedida pela Justiça, afirma Viviane Moreira, do MST.
Entrevista de Marilu Cabañas, da Rede Brasil Atual
Ao assumir nesta quarta-feira (14) o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o deputado Pepe Vargas (PT-RS) encontrou um cenário muito mais tenso no campo do que o encontrado pelo seu antecessor, Afonso Florence (PT-BA).
A Via Campesina na América Central, que reúne trabalhadores rurais dessa região, divulgou nota abordando a fome e a pobreza no campo, ressaltando a importância da formação de uma aliança para combatê-las. Nesta semana, movimentos rurais brasileiros também se manifestaram, em um manifesto em defesa da reforma agrária. Confira abaixo a nota da Via Campesina.
Movimentos sociais do campo divulgaram hoje um manifesto em defesa da Reforma Agrária, dos direitos territoriais e da produção de alimentos saudáveis. Para tanto, as organizações prometem um processo de luta unificada. O documento foi produzido durante o Seminário Nacional de Organizações Sociais do Campo, realizado em Brasília, na segunda (27) e terça-feira (28) para aprofundar o debate e estabelecer estratégias de mobilização em torno da luta pela terra.
“Ter um chão para morar e terra para plantar e sobreviver”. Essa é a bandeira de luta levantada pelo Movimento de Luta pela Terra (MLT), que em marcha à zona rural, realizou, nesta quarta-feira (22), sua quarta ocupação em área improdutiva no estado de Alagoas.
A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) ocupou a tribuna da Câmara para defender a federalização dos delitos que envolvem trabalhadores do campo nos estados que não têm capacidade de punição. Segundo ela, não é preciso federalizar a apuração e o julgamento de todos os casos, mas apenas naquelas regiões em que se observem casos de impunidade.
O relatório Conflitos no Campo no Brasil 2010, divulgado nesta terça-feira (19) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), informa que o número de conflitos pela terra permaneceu “praticamente estável” (854 em 2009 e 853 no ano passado). O crescimento do número de assassinatos em conflitos no campo, entretanto, chama a atenção: 34 assassinatos, 30% a mais que em 2009, quando foram registrados 26.
A questão agrária no Pará é uma das mais complexas e emblemáticas do Brasil, com ingredientes de grilagem e violência no campo, assassinatos de lideranças rurais entre outras. A reintegração de posse das terras é reflexo de toda essa situação.
De Belém,
Moisés Alves