“Tivemos o pior Enem desde que o exame passou a ser utilizado para ingresso no ensino superior”, rebate Iago Montalvão, da UNE
Ameaça de uma onda de ações judiciais com questionamentos ao Enem 2019 preocupa a alta cúpula do MEC
Ministro bolsonarista Abraham Weintraub admitiu que candidatos “tiveram os gabaritos trocados” na segunda prova
Em dezembro, entidade recorreu à Corte pedindo que Weintraub prestasse esclarecimento sobre suas ofensas nas redes sociais
Governo Bolsonaro aumenta a exigência de desempenho mínimo no Enem; reduz pela metade as ofertas de contratos para financiamento estudantil e ainda fará cobrança judicial de alunos inadimplentes.
O ardoroso discurso privatista do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, acaba de sofrer um contundente revés. Conforme o sistema de avaliação do MEC (Ministério da Educação), com base nos dados de 2018, as instituições federais tiveram mais da metade de seus cursos de graduação com as mais altas notas. O desempenho da rede federal é quase duas vezes superior ao de faculdades e universidades com fins lucrativos.
O Brasil vai mal quando se trata de Educação. Conforme o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), divulgado nesta terça-feira (3) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os estudantes brasileiros têm desempenho medíocre em leitura, matemática e ciências. E a OCDE não esconde: com o Ministério da Educação (MEC) nas mãos de Abraham Weintraub, não há nenhum movimento do governo Jair Bolsonaro para induzir uma virada nesse cenário.
O Ministério da Educação (MEC) do governo Jair Bolsonaro, comandada pelo ministro Abraham Weintraub, vive um gravíssimo estado de paralisia – tanto no planejamento quanto na execução de políticas públicas. É o que aponta radiografia realizada na pasta por uma comissão da Câmara dos Deputados e divulgado nesta terça-feira (26) pelo Estadão. Na lista dos problemas estão desde a falta de ações concretas para o fomento da alfabetização até a alta rotatividade de funcionários comissionados.
Em pleno período de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), emerge mais uma vez o debate sobre a formação nesse nível da educação básica, seus propósitos, e como ele é alvo de uma disputa que não diz respeito somente ao âmbito educacional em sentido estrito, mas ao presente/futuro das relações de trabalho e à própria configuração de sociedade que se almeja.
Por João Batista da Silveira*
Abraham Weintraub tem tão pouca intimidade com a língua portuguesa que, nesta semana, um site listou 11 erros cometidos pelo ministro da Educação ao elaborar um guia de ajuda a estudantes que farão a prova do Enem. Mas a principal preocupação de Weintraub, nos seis meses em que está à frente do Ministério da Educação (MEC), tem mais a ver com o conteúdo do que com a forma. Seu estilo agressivo já lhe rendeu cerca de 60 interpelações judiciais – média de uma a cada três dias no cargo.
“O sistema educacional está seriamente ameaçado. E o pior: o governo não está levando isso a sério. Enquanto tudo isso acontece, o ministro brinca de meme.” A opinião é de Renato Janine Ribeiro, professor da USP e da Unifesp, além de ex-ministro da educação. Em entrevista à coluna de Guilherme Amado (Época), Janine afirma não ver na gestão Jair Bolsonaro (PSL) nenhuma proposta razoável para a Educação. Confira trechos da entrevista.
O ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, Abraham Weintraub, lançará nesta terça-feira (8) um programa nos moldes do Pronatec, instituído pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2011. O programa transferia recursos para as universidades privadas para que elas oferecessem cursos técnicos a alunos da rede pública. Na campanha, Bolsonaro criticou o Pronatec. Já no início do governo, o Ministério da Educação (MEC) chegou a anunciar a “Lava Jato da Educação” sobre supostos desvios no programa.