A pandemia do coronavírus, além de uma mortandade jamais vista, provocou uma parada brusca e simultânea na economia mundial, o que resultou em um choque na oferta e procura de bens e serviços, interrompendo importantes fluxos nas cadeias produtivas e entre as nações. Um estrago letal na atividade econômica, queda nos PIBs e desemprego em massa.
Para economista, é “insano” imaginar que o setor privado puxará a recuperação
Segundo especialistas, ainda que garanta salário e benefícios, o contrato intermitente é mais precário do que o modelo convencional
Passados quase 11 meses de governo Jair Bolsonaro, a estagnação da economia continua a condenar milhões de trabalhadores ao subemprego e à desocupação. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego no País fechou em 11,6% no trimestre encerrado em outubro, totalizando 12,4 milhões de pessoas sem nenhum trabalho. Além disso, a quantidade de brasileiros sem carteira assinada e por conta própria – como vendedores ambulantes – bateu novo recorde. Nunca tivemos tanta informalidade no mercado de trabalho.
A retomada da iniciativa do projeto neoliberal no Brasil, que se dá de forma autoritária, a partir do afastamento ilegal da presidenta Dilma e da condenação também ilegal do presidente Lula, impôs uma nova agenda para as relações entre o capital e o trabalho. Esta nova agenda neoliberal interrompe um período de maior e melhor distribuição da renda nacional.
Por Antônio Vicente Martins e Miguel Rossetto*
País criou 1,2 milhão de empregos em 12 meses, nenhum com carteira, segundo o IBGE. São mais 522 mil sem carteira e 771 mil "por conta própria". Desalento cresce 10% em um ano
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que existe um explícito recorte na sociedade brasileira no mercado de trabalho quanto a raça/cor, escolaridade e sexo.
Por Ana Luíza Matos de Oliveira*
Um dia após Bolsonaro afirmar que a metodologia para calcular o número de desempregados no Brasil é uma farsa, IBGE ressalta, em nota, que segue recomendações de organismos internacionais, em especial a OIT.
Trabalhadores e trabalhadoras com ensino superior estão aceitando baixos salários, vagas que exigem menor escolaridade, trabalhar sem carteira assinada, ou mudar de profissão, virar pessoas jurídicas (PJs) ou autônomas para garantir uma renda no final do mês.
Por Rosely Rocha, Especial para CUT
Uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial apontou que um quarto da população brasileira entre 15 e 29 anos, ou seja, 11 milhões de jovens não estudam nem trabalham porque estão presos em barreiras relacionadas à pobreza e ao gênero.
O senador Paulo Paim (PT-RS) é autor de um projeto que cria uma cota para trabalhadores a partir de 45 anos.
Para reduzir a idade de aposentadoria, o governo francês precedente prometeu a criação de uma conta pessoal de insalubridade, estabelecendo um rol de atividades penosas, possibilitando assim uma partida mais precoce. Não somente os critérios foram reduzidos pela atual equipe, como também a maior parte foi estabelecida em função do trabalho masculino.
Por Cécile Andrzejewski*, no Le Monde