O impeachment da presidenta Dilma Rousseff não foi o desfecho do golpe e muitas surpresas negativas ainda podem vir por aí. A avaliação é da historiadora e doutora em ciências políticas Isabel Lustosa. Para ela, contudo, a reação que surge nas ruas à destruição de conquistas que vêm desde a Constituição de 1988 pode complicar os planos das forças que tomaram o poder.
Por Joana Rozowykwiat
O anúncio, pelo ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, de alguns pontos da reforma trabalhista que, entre outras questões, prevê o aumento da jornada de trabalho para 12 horas semanais, gerou uma avalanche de críticas das centrais sindicais. Nesta sexta-feira (9), a Força Sindical considerou “ideias delirantes”. Para a União Geral dos Trabalhadores (UGT) “parece que o empresariado tomou o poder”. CTB e CUT fizeram duras críticas.
Por Railídia Carvalho
A tão falada proposta de Reforma Trabalhista (Projeto de Lei 4962) que o presidente sem voto Michel Temer pretende enviar ao Congresso até o final do ano atinge em cheio os funcionários mais jovens e põe em perigo o futuro de quem ainda nem entrou no mercado de trabalho. Entre os ataques, estão a reduação do salário abaixo do mínimo e a ampliação da jornada de trabalho. A gestão golpista já sinalizou duas propostas, a primeira de 80 horas semanais, e a segunda de 12 horas diárias.
O jornalista Kennedy Alencar criticou a criação, por parte da equipe de Michel Temer, dos slogans 'Bora, Temer' e 'Fora, Ladrão'". Ele avalia que a ideia não tem originalidade, pois remete ao slogan de Lula "Deixe o homem trabalhar".
O clima no Palácio dos golpistas não é dos melhores. Para quem acreditava que após a consumação do golpe tudo estaria as mil maravilhas se enganou feio, a começar pelas manifestações populares pelo Fora Temer. Nesta quinta-feira (8) a temperatura subiu entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que cobrou a demissão de Fábio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União.
A reforma trabalhista que está sendo desenhada pelo governo do presidente Michel Temer vai propor aumentar de 8 horas para 12 horas o máximo permitido para a jornada de trabalho diária, já considerando as horas extras. O limite semanal seria de 48 horas.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) voltou a criticar Michel Temer, nesta quinta-feira (8). "Muitos pensavam que a queda da Dilma acabaria a corrupção, mas apenas começou o entreguismo e o ataque ao estado social. Frustação!", disse ele no Twitter. De acordo com o parlamentar, "a MP das privatizações transforma o Brasil numa quitanda onde Moreira Franco vende o país a preço de fim de feira. Socorro!".
Em mensagem divulgada neste 7 de setembro, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) avalia que o país passa por "um triste momento da história", reforçando, assim, declaração do próprio papa Francisco. Os bispos, no entanto, vão além e alertam para a possibilidade de desconstrução de políticas públicas e perda de direitos. Sem citar os planos do atual governo de desconstruir o pacto social firmado em 1988, o texto diz que é preciso defender "arduamente" a Constituição.
Em resposta à Polícia Federal (PF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o ilegítimo Michel Temer responde solidariamente pela prestação das contas da campanha de 2010, junto a a presidenta Dilma Rousseff.
Michel Temer recebeu vaias e o “Fora Temer” foi ouvido desde Brasília no tradicional desfile de 7 de setembro até no Maracanã, onde foi novamente vaiado na cerimônia de abertura da Paralimpíadas.
Michel Temer recebeu vaias e o "Fora Temer" foram ouvidos desde Brasília no tradicional desfile de 7 de setembro até no Maracanã onde foi novamente vaiado na cerimônia de abertura da Paralimpíadas.
Michel Temer recebeu vaias e o "Fora Temer" foram ouvidos desde Brasília no tradicional desfile de 7 de setembro até no Maracanã onde foi novamente vaiado na cerimônia de abertura da Paralimpíadas.