Lideranças do PSDB continuam externando as disputas internas do golpe. O senador José Aníbal (PSDB-SP) voltou a puxar a orelha da equipe econômica, em especial do titular da Fazenda, Henrique Meirelles. Na contramão dos interesses do povo, o parlamentar cobra que o ministro ponha em prática o duro e impopular ajuste que Michel Temer alardeou em seus discursos. Disposto a desconstruir qualquer pretensão política de Meirelles, o tucano é claro no recado ao ministro: "se concentre nos resultados".
Na medida que agosto avança, a temperatura política em Brasília torna-se quase insuportável. São tantos os motivos possíveis de instabilizar ainda mais o já fraco e combalido governo Temer, que muita gente só dorme à base de pesadas doses de calmante.
Por Paulo Pimenta*
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação alerta sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que tramita no Congresso Nacional. A PEC estabelece um novo regime fiscal, proposto pelo presidente interino, Michel Temer, e pelo ministro da Fazenda interino, Henrique Meirelles, determinando que nenhum investimento nas áreas sociais pode ser superior ao reajuste inflacionário.
Com o a popularidade de Michel Temer marcada nos jogos olímpicos pela sonora vaia na abertura do evento, o marqueteiro do PMDB e de Michel Temer, Elsinho Mouco, resolveu tentar surfar no sucesso do evento. Como quem faz propaganda de sabão, Mouco postou em sua página no Facebook um comentário em que diz que a Rio 2016 só deu certo porque Temer ajudou.
Mais que garantir o compromisso de Michel Temer com a pauta do PSDB de ajuste e corte de direitos sociais, o jantar de Michel Temer com tucanos, na última quarta (16), teve como centro as eleições. Os principais líderes da legenda foram ao interino para cobrar também que ele barre pretensões de Henrique Meirelles de chegar ao Planalto. Uma eventual candidatura do ministro da Fazenda tem aterrorizado os tucanos, que o acusam de fazer concessões nas medidas de austeridade, de olho em 2018.
O Brasil era o país do futuro, como negação do presente. Até que o futuro chegou, pelas mãos do pré-sal, passaporte para o futuro do país, no sentido de que asseguraria a autossuficiência energética, permitiria o país se tornar exportador de petróleo e financiar um salto decisivo na Educação e na Saúde, com os recursos vindos do pré-sal.
Por Emir Sader
O governo provisório de Michel Temer decidiu postergar o anúncio do seu primeiro pacote de concessões e privatizações. A ideia agora é lançá-lo em setembro, depois da votação do impeachment e da aprovação da medida provisória que criou o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), responsável pela gestão da iniciativa. Depois de alguns reveses no Congresso, o próprio governo reconhece dificuldades para conquistar os votos necessários à matéria.
Nunca em nenhum outro país uma proposta de congelamento dos gastos públicos foi sequer cogitada como proposta legislativa, muito menos colocar tal aberração em um texto constitucional.
Por Roberto Requião
“Ação criminosa”, “negócio desastroso”, “terrível crime de Lesa-Pátria”. É assim que a Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo) classifica a decisão do governo golpista de Michel Temer de vender o Campo de Carcará – uma das maiores reservas de petróleo no bloco do pré-sal da Bacia de Campos – para a empresa estatal norueguesa Statoil.
O presidente provisório Michel Temer (PMDB) ofereceu um jantar aos tucanos, liderados pelo senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), no Palácio do Jaburu na madrugada desta quinta-feira (18). O encontro foi para tentar acalmar os ânimos entre as duas legendas que só pensam em eleições. Aécio saiu da reunião dizendo que espera que o peemedebista se comprometa a “fazer história” e não “eleições”.
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 – que limita o crescimento de gastos primários do governo – trará consequências perversas para a população, pois reduzirá o financiamento de políticas públicas, alerta a especialista em Orçamento Público e assessora do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), Grazielle David. “A Saúde, por exemplo, já é cronicamente subfinanciada. Se você agora inviabiliza ainda mais o seu financiamento, você está destruindo o SUS”, diz.
O clima esquentou entre PSDB e PMDB esta semana, chegando ao ponto de Moreira Franco, braço direito do presidente provisório Michel Temer, rebater declarações do senador Aécio Neves (PMDB-MG) por meio da imprensa. Diante disso, Temer resolveu oferecer na noite desta quarta-feira (17) um jantar, no Palácio do Jaburu, a integrantes da cúpula do PSDB, com o objetivo de “estreitar” a estremecida relação.