Diante do decreto de Michel Temer que acionou o uso das Forças Armadas por uma semana para conter as manifestações que pedem a sua renúncia, a senadora Vanessa Grazziotin, (PCdoB-AM) busca apoio de líderes para ser levada à Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em regime de urgência, a proposta de um decreto legislativo que susta a decisão tomada por Temer.
"Li o decreto e estou convencido de que é um absurdo e inconstitucional", afirmou o professor emérito da USP, o jurista Dalmo Dallari, ao comentar o decreto publicado por Michel Temer, nesta quarta-feira (24), que prevê uso das Forças Armadas no Distrito Federal por uma semana.
Por Dayane Santos
O jurista e professor titular da Faculdade de Direito da USP, Gilberto Bercovici, classificou a decisão de Michel Temer de decretar a "ação de garantia da lei e da ordem" com o uso das Forças Armadas até 31 de maio como "exagero" e "desculpa" para se manter no poder.
Por Dayane Santos
A decisão do presidente Michel Temer de autorizar o emprego das Forças Armadas para conter os protestos em Brasília é um “equívoco tremendo”, avaliou Ronaldo Carmona, pesquisador do departamento de Geografia da USP e especialista em assuntos de Defesa. De acordo com ele, a tentativa do peemedebista de envolver o Exército em uma crise que é “eminentemente política” é “irresponsável”.
Durante sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), nesta terça-feira (23), o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), defendeu abertamente a renúncia de Michel Temer. Se dirigindo diretamente ao presidente nacional em exercício do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), que presidia a sessão da comissão, Renan disse que "o ideal seria conversar com o presidente para fazer uma transição rápida e negociada".
O governo bem que tentou impor um falso clima de normalidade ao seu governo, como se não pesasse nenhuma acusação contra Michel Temer e que este tivesse condições de se manter no governo.
A crise política já produz grandes rachaduras do governo de Michel Temer, a imprensa já dá como certa a sua queda. Temer, por suas vez, se agarra em todas as possibilidades para dar sobrevida ao seu governo e conter a debandada em seu ministério. O ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), decidiu ficar no governo, contrariando a direção nacional da legenda.
A eleição de Lula e seu Governo colocaram em risco o objetivo permanente norte-americano de implantar políticas neoliberais em toda a América Latina e de incorporar as economias latino-americanas à sua economia, de forma subordinada.
Apesar de o Planalto ter considerado debandadas do PSDB e do DEM controladas, senador tucano defendeu hoje saída do governo; sessão conjunta do Congresso foi cancelada.
Enquanto lideranças da base aliada do governo Michel Temer discursam no Congresso Nacional dizendo que, apesar da crise, o país precisa tocar a agenda de votações que tramitam no parlamento, nos bastidores o pescoço de Temer já foi colocado na guilhotina e o debate é como dar uma sobrevida ao governo até que o caminho para uma eleição indireta esteja pavimentado.
As centrais sindicais e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo esperam mobilizar pelo menos 80 mil pessoas no "Ocupe Brasília", série de manifestações que ocorrerá nesta quarta-feira (24).
O governo tenta acelerar a votação da reforma trabalhista no Senado para demonstrar governabilidade diante das revelações trazidas pela conversa com o empresário Joesley Batista, da JBS. A reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado desta terça-feira (23), destinada à leitura do relatório da reforma trabalhista, começou tensa, com a oposição pressionando e tentando barrar a leitura do relatório.