A crise institucional está instalada, e o País à beira do caos. Crise alimentada por um STF irresponsável, um Congresso sem representatividade e impopular, e a presidência da República chefiada por um presidente ilegítimo, frágil e tíbio. Todas as condições estão dadas para o impasse em que afinal nos metemos.
Por Roberto Amaral*, em seu blog
A base aliada de Michel Temer começa a dar sinais de que não vai segurar o seu governo por muito tempo. durante debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, o líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que Temer deveria renunciar e chega a congitar eleições gerais.
O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (PMDB-RR), divulgou nota nesta segunda-feira (12) para posicionar-se em relação ao que chamou de “vazamentos criminosos” das delações premiadas de executivos da Odebrecht na última sexta-feira (9).
Enquanto o índice de rejeição nas pesquisas aumenta, Michel Temer (PMDB) recebeu na noite desta segunda-feira (12), em São Paulo, o prêmio "Líder do Brasil", concedido pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, organizado pelo tucano João Dória Junior, prefeito eleito de São Paulo.
“A superação da crise passa pela saída de Temer e por Diretas Já!”, afirma a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), ao avaliar a situação atual do país em sua coluna semanal da Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira (13). “Se a situação política é crítica, a econômica é ainda pior”, destaca a parlamentar, citando as novas delações da Lava Jato, que chegam aos partidos de sustentação do governo de Michel Temer e as medidas contra o povo em votação no Congresso.
Citado 43 vezes em suposta delação premiadas da Odebrecht, Michel Temer enviou nesta segunda-feira (12) ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, um pedido para que o Ministério Público dê "celeridade" às investigações sobre delações em curso
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) respondeu ao ofício no qual o ministro Marco Aurélio Mello cobrou a Câmara sobre a demora para instalação da comissão para analisar o processo de impeachment contra Michel Temer (PMDB), Maia solicitou ao plenário do STF que decida medida liminar que dispõe sobre o caso.
Temer já estaria considerando a possibilidade de renunciar antes do dia 31 de dezembro para não sair escorraçado do governo, é o que teria dito um de seus aliados a um deputado de oposição.
Os vazamentos relacionados à delação da Odebrecht envolvendo Temer e seus ministros provocaram a ira do governo. A palavra de ordem voltou a ser estancar. Em reunião de emergência, o ministro da Justiça, o tucano Alexandre de Moraes, se encontrou com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nesta segunda-feira (12), na sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília.
Marcelo Mello Filho, homem de confiança de Marcelo Odebrecht e ex-diretor da empresa, agora reduzido à categoria de delator, contou que o PMDB é dividido em dois grandes grupos paralelos, com atuação autônoma na arrecadação de propina.
Por Pedro Benedito Maciel Neto*
O plano, segundo disse Romero Jucá (PMDB-RR) em gravação, era estancar a Lava Jato, mas “deu ruim” e está em curso um golpe dentro do golpe. Desde que se apoderou do governo, este certamente foi o fim de semana mais tenso de Michel Temer (PMDB). O motivo foi mais um vazamento exclusivo da Lava Jato para a revista Veja, com a suposta delação premiada do executivo da Odebrecht, Cláudio Melo Filho, que disse ter repassado R$ 10 milhões a José Yunes, conselheiro amigo de Temer há 40 anos.
Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo (11) pelo jornal Folha de São Paulo mostra que a população já não alimenta nenhuma esperança em relação ao governo de Michel Temer e quer sua renúncia, seguida da convocação de eleições diretas.