O embaixador israelense para os Estados Unidos, Michael Oren, disse neste domingo (6) que Israel rejeita a proposta de um inquérito internacional sobre a operação da última segunda-feira. Ao atacar seis navios do Movimento Gaza Livre, a marinha israelense matou nove pacifistas a bordo.
O ataque de Israel a uma flotilha internacional – matando nove pessoas e ferindo dezenas – não é o primeiro exemplo de uso de força face a atos de resistência não-violenta de palestinos e simpatizantes. Longe disso. Mas a chacina da flotilha é o primeiro ataque direto e oficial do exército de Israel a ativistas estrangeiros, elevando a um nível sem precedentes a reação israelense contra ações de solidariedade.
Por Lamis Andoni, na Al Jazira*
Israel perdeu? As guerras de Gaza em 2008-09 (com 1,3 mil mortos) e do Líbano, em 2006 (com 1.006 mortos); todas as outras guerras; e, agora, a matança da madrugada de segunda-feira significam que o mundo decidiu rejeitar os atos de Telavive? Não se deve esperar tanto. Mas algo novo certamente aconteceu.
Por Robert Fisk, do The Independent
O bloqueio da Faixa de Gaza imposto por Israel deve ser suspenso "imediatamente", disse nesta quarta-feira (2) o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. Apesar de dever sua existência a uma resolução da ONU, Israel, com apoio formal dos Estados Unidos, deve continuar ignorando os apelos das Nações Unidas como tem feito sistematicamente nos últimos 40 anos.
A ativista e cineasta brasileira Iara Lee, detida por tropas israelenses na ação militar contra embarcações que levavam ajuda humanitária à Gaza na segunda-feira passada, disse que passageiros do barco em que viajava "'viram soldados atirando corpos no mar". Israel sustenta que 9 pessoas morreram no ataque, mas Iara discorda. "Nossa contabilidade é de que 19 pessoas morreram. Ainda há gente desaparecida, não sabemos o que aconteceu com eles. E ainda há feridos muito graves, praticamente morrendo, que não conseguimos retirar do hospital em Tel Aviv."
Após o ataque de Israel à frota que levava ajuda humanitária à faixa de Gaza, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, ordenou, nesta terça (01), a abertura da passagem de Rafah, única entrada da Faixa de Gaza que não é controlada por Israel. O objetivo é permitir a entrada de ajuda humanitária e a saída de doentes do território palestino.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu nesta segunda-feira (31) em caráter de emergência para discutir o ataque de Israel a embarcações que tentavam levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Durante seu discurso, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, classificou a ação das Forças de Defesa Israelenses como inadequadas e cobrou que Israel seja responsabilizado pelo ataque.
Abaixo o Vermelho reproduz na íntegra o discurso proferido pelo ministro turco.
A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) expressou na terça (1º), sua solidariedade e de seu partido aos 700 ativistas atacados pelo exército israelense na segunda-feira (31) quando levariam auxílio humanitário internacional aos palestinos da Faixa de Gaza.
A brasileira Iara Lee é uma das 500 pessoas que foram presas por Israel após o ataque, em águas internacionais, à navios turcos de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Na cidade de Bersheva, no sul do país, Iara se mantém firme à causa Palestina e se nega a dar informações nos interrogatórios. O Itamaraty chamou o embaixador de Israel para manifestar indignação com a ação. O ataque violento não intimidou Iara. Ela afirma que continuará lutando por ajuda humanitária à Palestina.
A atitude do governo de Israel de bombardear seis navios de uma frota humanitária que levava ajuda para a Faixa de Gaza foi duramente criticada por deputados na sessão desta terça-feira (1o). A bancada do PCdoB na Casa, que fez coro à fala dos demais parlamentares, divulgou nota em que expressa “sua indignação e repúdio contra mais um ato criminoso do Estado de Israel contra a Palestina.” O bombardeio foi realizado em águas internacionais e matou 10 pessoas.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amre Moussa, convocou uma reunião de emergência do conselho da organização para esta terça-feira (1º). O objetivo é analisar "o terrível crime cometido pelas tropas israelenses".
Em nota divulgada nesta segunda feira (31), o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) condenou de ataque militar israelense contra a "Frota da Liberdade", a missão pacífica e humanitária que viajava à Faixa de Gaza para entregar alimentos e remédios à população do território bloqueado por Israel.