Depois de passar pela Argentina, nesta segunda-feira (3), e ser recebido com protestos, Temer seguiu para o Paraguai, onde a população não deixou por menos. Os manifestantes fizeram até uma marchinha em “homenagem” ao golpista. Com cartazes de “Mr. Fora Temer”, eles entoaram versos ironizando a presença do presidente ilegítimo no país de Horácio Cartes.
Por Mariana Serafini
Lúcio Villagra e Milciades Santacruz provavelmente interromperam alguma conversa paralela quando, diante de um semáforo fechado em umas das avenidas mais movimentadas de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia fronteiriça com o Brasil, perceberam a existência de dois jovens encapuzados e aparentemente distraídos em uma motocicleta ao lado da picape que dirigiam.
Por Vinícius Mendes
O chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, afirmou nesta segunda-feira (1º/8) que o governo de seu país não reconhece a Venezuela à frente da presidência rotativa do Mercosul. Mesmo com as tentativas de boicote do Brasil e do Paraguai o país de Maduro assumiu o comando do bloco.
Tem sido corriqueira e comum a comparação do golpe em curso no Brasil com aquele perpetrado no Paraguai. De alguma maneira a ação coordenada entre os meios de comunicação, Poder Judiciário e o parlamento na desestabilização de governos democraticamente eleitos em um processo de julgamento político tem sido designado “Golpe Paraguaio”.
Por Mateus Fiorentini*
Não se sabe se por “excesso de sinceridade” ou descuido, mas o fato é que o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, assumiu que Fernando Lugo sofreu um golpe, e não um impeachment. Membro do partido que dominou o país por 63 anos consecutivos, os Colorados, Cartes joga a culpa do golpe toda no Partido Liberal Radical Autêntico.
A Operação Condor foi inicialmente preparada no Brasil, se formalizou no Chile e “segue voando”. Esta é a avaliação de Martín Almada, responsável por descobrir os “Arquivos do Terror” da ditadura de Alfredo Stroessner, que governou o Paraguai entre 1954 e 1989. Para o especialista, é preciso barrar o golpe no Brasil e na Venezuela para o “condor parar de voar”.
“A América Latina não quer nem tem por que ser um peão sem rumo ou decisão”, Gabriel García Márquez*.
O Massacre de Curuguaty é um dos episódios mais trágicos da história recente do Paraguai. Os camponeses acusados de matar seis policiais foram condenados nesta segunda-feira (11). Nenhum oficial foi investigado pela morte de 11 trabalhadores rurais que também tombaram no conflito utilizado em 2012 para para impulsionar o golpe contra Fernando Lugo.
Por Mariana Serafini
Há exatos quatro anos o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, assistia ao golpe de Estado contra si mesmo por uma televisão em seu gabinete no palácio de governo. Do lado de fora, atiradores de elite apontavam armas de fogo contra os manifestantes que lutavam pela democracia. A primeira ação dos golpistas foi atacar os movimentos sociais. Estava anunciado o tom do próximo governo.
Por Mariana Serafini
O Paraguai deixou claro na reunião dos ministros do Interior, da Justiça e Segurança do Mercosul, que está decidido a sabotar o normal desempenho do bloco regional, seguindo o script que lhe foi enviado desde Washington: impedir que a Venezuela assuma a presidência pro tempore do organismo, no próximo mês de julho.
Por Rubén Armendáriz*
O secretário geral do Sindicato dos Jornalistas do Paraguai, Santiago Ortiz, foi preso na tarde desta quarta-feira (25), na capital Assunção. A polícia alegou que o jornalista se recusou a apresentar seu documento de identificação e por isso foi detido na Segunda Delegacia, ponde permaneceu sem comunicação durante algumas horas.
Dias depois da destituição do Fernando Lugo em junho de 2012, as mudanças no Paraguai já se evidenciavam. Após a saída do então presidente por meio de um impeachment finalizado em menos de 48 horas, um acionista de uma empresa de agroquímicos foi nomeado para presidir o organismo governamental de controle vegetal e de sementes do país.
Por Luciana Taddeo
Foi-se o tempo que os Golpes de Estado chegavam a bordo de tanques de guerra. Agora são chamados de “golpes brancos”, e são elaborados com um tripé básico: grande imprensa, judiciário e oposição bem articulada. Em 2009 o presidente eleito democraticamente Manuel Zelaya foi deposto em Honduras, apenas três anos depois, em 2012, Fernando Lugo sofria um julgamento político e deixava a presidência do Paraguai. Quatro anos mais tarde o alvo é o Brasil.
Por Mariana Serafini