O PSDB anda se proclamando “de esquerda” e é preciso desmontar essa empulhação. Esquerda não pode ser privatizante e o PSDB é; esquerda não pode dizer que programas sociais são “esmola” e o PSDB diz; esquerda não pode defender “Estado mínimo” e o PSDB defende.
Por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania.com
O almoço que reuniu a cúpula do PSDB, nesta segunda-feira (11) na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo, foi para tentar convencer o governador de Minas, Aécio Neves, a compor com José Serra a chapa tucana que disputará a sucessão presidencial. Aécio voltou a dizer que sua prioridade é a eleição em Minas e recusou o convite.
Pesquisa Datafolha, divulgada ontem (22/12), põe uma pá de cal nas pretensões do tucanato cearense. Se ainda havia um fio de esperança para os tucanos no estado com uma candidatura do senador Tasso Jereissati a governador em 2010, este partiu-se irremediavelmente.
Foi praticamente inútil a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em defesa da chapa puro-sangue do PSDB nas eleições presidenciais de 2010. Ao jornal O Estado de S. Paulo, FHC declarou que uma chapa encabeçada pelos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) refletia o “'sentimento nacional”. Mas o próprio presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), admitiu nesta sexta-feira, no Recife, que essa possibilidade é “extremamente difícil”.
Quando, instado por importantes personalidades da sociedade brasileira, entre elas líderes políticos regionais, a candidatar-se à sucessão presidencial, Aécio Neves sugeriu consultas prévias às bases partidárias. Seria a forma mais democrática de escolha.
Por Mauro Santayana, no Jornal do Brasil
definição do nome do PSDB para concorrer a presidente pode sair nesta sexta-feira (11), numa reunião no Piauí, entre ele e o governador de São Paulo, José Serra. Aécio vem pressionando por uma decisão rápida. O anúncio foi recebido com ceticismo nos círculos pró-Serra, que querem adiar a questão para o mais perto do limite legal, em abril.
A contaminação do 'Mensalão do DEM' derrubou do cargo nesta sexta-feira (4) o presidente do PSDB do Distrito Federal, Márcio Machado. O motivo foi uma lista, escrita por Machado, com 41 empresas tendo ao lado as cifras de suas contribuições para o caixa 2 da campanha do governador José Roberto Arruda em 2006. A lista soma R$ 11 milhões.
Fiel cabo eleitoral de José Serra em 2010, O Estado de S. Paulo admitiu neste sábado que com o indiciamento do senador tucano Eduardo Azeredo (MG) "o discurso da ética sai chamuscado". Mas a matéria PSDB tenta se blindar e isolar escândalo em MG tenta jogar toda a responsabilidade na conta do mineiro Aécio Neves; e transforma em virtude até a grosseria de Serra, que se irritou com os jornalistas quando lhe perguntaram sobre o 'Mensalão Tucano'.
Não é apenas no DEM, ou entre o DEM e o PSDB, que os tempos bicudos para a oposição acirraram lutas internas. "Nos últimos 30 dias, a relação entre Aécio e Serra estremeceu", avalia o Correio Braziliense deste sábado (5). E reporta um signitifatvo diálogo em que o presidenciável tucano de Minas Gerais pede ao seu correligionário e rival de São Paulo que "amarele agora" para não "inviabilizar" o PSDB.
Em uma entrevista cheia de mágoa e angústia, para a BBC Brasil, o presidente do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ) acusa o PSDB de "não ser solidário ao aliado", diante do escândalo Arruda, único governador do partido, acusado de montar uma rede de comunicação no Distrito Federal. Diante da atitude tucana de "ficar querendo tratar de candidatura a vice" na chapa presidencial da oposição em 2010, num "momento de crise de um aliado", Maia chega a ameaçar que "pode não ter aliança".
Pivô das denúncias do "mensalão do DEM", o ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa acusa o PSDB de também participar do esquema de caixa dois que teria sido montado pelo governador José Roberto Arruda (DEM) durante a campanha eleitoral de 2006.
José Serra e Aécio Neves cometem "um erro que pode ser fatal": fogem da herança do governo Fernando Henrique, "em vez de assumir suas virtudes". A tese é do jornalista global Merval Pereira em sua coluna desta quarta-feira (18). Nada como uma luta interna tucana – briga de cachorro grande, exacerbada pelo recente encontro Aécio-Ciro Gomes – para os podres do lado de lá chegarem à mídia.
Por Bernardo Joffily