A Comissão de Assuntos Sociais do Senado deverá analisar a partir de fevereiro projeto que prevê a concessão de pensão especial de R$500 mensais aos herdeiros do frei Tito de Alencar Lima. Frei Tito foi submetido a atos de tortura em dependências policiais durante a ditadura militar. Com perturbações mentais em decorrência das agressões, ele se suicidou aos 31 anos de idade, na França, em 1974, onde foi abrigado depois de ser banido do país.
Organizações de militares criticaram a publicação, na Revista de História da Biblioteca Nacional, de uma lista de 233 militares e policiais que supostamente torturaram presos durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979).
O deputado argentino, Juan Cabandié, participou, como convidado especial, do ato público de criação da Subcomissão de Acompanhamento da Comissão Nacional da Verdade, criada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (13). O parlamentar uniu sua voz à dos parlamentares brasileiros na defesa de que a Comissão da Verdade cumpra o seu papel de identificar e punir os responsáveis pela violação dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil.
Será lançada, em ato público nesta terça-feira (13), a Subcomissão de Acompanhamento da Comissão da Verdade, criada pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara para contribuir e fiscalizar os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade.
“Os dois militares envergonhados na foto do julgamento de Dilma Rousseff resumem, num momento único, este processo histórico que nos levou ao fundo do poço”.
Por Luiz Cláudio Cunha*
A Organização das Nações Unidas (ONU) elogiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de criar uma Comissão da Verdade para esclarecer as violações aos direitos humanos cometidas no Brasil durante a ditadura militar. "Esta criação demonstra o compromisso do Brasil em abordar internamente a defesa dos direitos humanos", declarou em comunicado a alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.
“O Brasil se encontra enfim consigo mesmo, sem revanchismo, mas sem a cumplicidade do silêncio. Um povo vitorioso, que vive hoje sob forte democracia”. Com essas palavras, a presidente Dilma Rousseff encerrou o discurso na solenidade em que sancionou as leis que cria a Comissão da Verdade e a que garante o acesso a informações públicas, nesta sexta-feira (18). A assinatura das duas leis foi aplaudida de pé pelos presentes, que lotaram o Salão Nobre do Palácio do Planalto, em Brasília.
Ditadura militar, 1974. Um jovem casal, ela química, professora na Universidade de São Paulo, ele físico trabalhando em uma empresa, desaparece sem deixar o menor sinal. Pânico na família e nas amizades, buscas incansáveis, qualquer fiapo de informação reacendendo esperanças, sofrimento indizível com a agonia da incerteza.
Por Maria Victoria de Mesquita Benevides
“A guerrilha para mim foi sangrenta e tortuosa”, me diz “Zé da Onça”. No tempo da guerra o meu amigo camponês tinha pouco mais de quinze anos: de menino fora lançado para a idade adulta depois que o pai, Frederico Lopes, fora preso no final de 1972.
Por Paulo Fonteles Filho*
O médico e ex-guerrilheiro João Carlos Campos Wisnesky e a jornalista e pesquisadora da Guerrilha do Araguaia, Myrian Luiz Alves, criaram o blog Araguaia – história em movimento para narrar o conflito na região e seus desdobramentos, como o vaivém processual do fato, a política de reparação financeira aos familiares de guerrilheiros “desaparecidos” e os bastidores da cobrança por identificações abandonadas em prédios públicos de Brasília.
A ossada de um homem com uma bala na cabeça foi encontrada em setembro deste ano pelo grupo que busca corpos de guerrilheiros mortos na região do Araguaia, divisa entre o Pará e Tocantins, no período da ditadura militar (1964-1985).
O plenário do Senado rejeitou, Por 43 votos a 9, nesta terça-feira (25), o substitutivo apresentado pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), que cogitava a possibilidade de sigilo eterno para documentos oficiais classificados como ultrassecretos (maior grau de sigilo).