Se depender da bancada do PDT no Senado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, permanecerá no cargo. O líder pedetista na Casa, Acir Gurgacz (RO), afirma que todos os quatro senadores do partido votarão a favor da proposta do governo para o salário mínimo: R$ 545.
Nem R$ 600, que é nada mais nada menos que marcação de posição do PSDB pós-eleição, para não dizer outro adjetivo; nem R$ 560, nem tampouco R$ 545. O valor do salário mínimo brasileiro, segundo a Constituição e pelos cálculos do Dieese, que ninguém contesta, deveria ser R$ 2.194,76, em valores de fevereiro. Mas é claro que a Previdência Social, os estados e os municípios não conseguiriam arcar com esta vultosa cifra.
Por Marcos Verlaine*
O Senado terá uma semana intensa, apesar de o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), já ter avisado que o projeto do salário mínimo será a única votação relevante que deverá acontecer na Casa. Governo e base aliada deverão estar concentrados para a aprovação da matéria, cuja votação está prevista para quarta-feira (23).
Após obter larga vitória na votação pelo valor do salário mínimo na Câmara dos Deputados, o governo tenta virar o jogo e atrair as centrais sindicais para apoiar sua proposta no Senado. O projeto de lei que define o valor do mínimo passou pela Câmara dos Deputados nesta semana e deve ser votado no Senado na próxima quarta-feira.
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 382/2011 na noite de quarta-feira (16). Depois de pelo menos três meses de polêmica e disputa entre governo e centrais sindicais, o resultado é o primeiro trunfo da gestão Dilma Rousseff no Congresso Nacional.
A fidelidade de toda a bancada do PMDB à presidente Dilma Rousseff na aprovação do salário mínimo de R$ 545 pela Câmara teve um preço. O partido voltou a cobrar a nomeação de afilhados da legenda no segundo escalão do governo, principalmente aqueles que já estavam pré negociados. O alvo prioritário do PMDB, agora, são os bancos oficiais.
O Partido dos Trabalhadores vai exigir a reciprocidade dos senadores da bancada na hora da votação do salário mínimo no Senado, afirmou nesta quinta-feira (17) o líder do partido na Casa, o senador Humberto Costa (PT-PE). Segundo Costa, emendas como a anunciada pelo senador Paulo Paim (PT-RS) serão derrubadas.
Em discurso nesta quinta-feira (17), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que o salário mínimo de R$ 545, aprovado na noite de quarta-feira (16) na Câmara dos Deputados, "não é o ideal", mas é o possível dentro da política de recomposição e valorização defendida pelo governo federal.
O projeto de lei que trata do reajuste do salário mínimo, aprovado nesta quarta-feira (16), na Câmara dos Deputados, ainda nem chegou ao Senado e pelo menos uma emenda já aguarda por ele na Casa. Nesta quinta (17), o senador Paulo Paim (PT-RS) anunciou que vai propor uma antecipação de R$15 do reajuste de 2012 para que o valor do mínimo este ano chegue aos R$ 560 reivindicados pelas centrais sindicais.
O governo Dilma Rousseff venceu fácil a sua primeira batalha no Congresso Nacional. A proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 545 foi aprovada com folgada maioria pela base governista, demonstrando a força temporária desta hibrida aliança. A emenda do PSDB, que oportunisticamente propunha um aumento para R$ 600, foi rejeitada por 376 votos – nem sequer todos os tucanos votaram nela. Já a emenda do DEM, que defendia um reajuste para R$ 560, foi rejeitada por 361 votos.
Por Altamiro Borges
"A aprovação do salário mínimo é fruto do entendimento do contexto político, em que é importante fortalecer o governo da presidente Dilma, em início de gestão". A afirmação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB), sobre a aprovação, pela Câmara Federal, do valor de R$ 545,00 proposto pelo Poder Executivo para o novo salário mínimo.
O governo federal quer pôr em votação o projeto com o novo valor do salário mínimo de R$ 545 no Senado já na próxima quarta-feira. Ontem (16), ele foi aprovado pela Câmara Federal.