O PSDB e o DEM parecem estar em campanha eleitoral. As apostas de quem propõe o maior salário mínimo são uma resposta à brecha aberta pelo governo, que adota postura intransigente em relação aos trabalhadores quando afirma que não negociará mais o valor do mínimo com as centrais.
Em meio à polêmica sobre o valor do salário mínimo para este ano, a Câmara dos Deputados iniciou, nesta terça-feira (8), a discussão sobre o envio pela presidente Dilma Rousseff de um projeto de lei estabelecendo as regras para o reajuste do salário mínimo até 2014. O assunto foi debatido em reunião da base governista na Câmara.
O secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou nesta terça-feira (8), em Dacar, no Senegal, que o reajuste do salário mínimo não é mais negociável nas conversas com as centrais sindicais. Em claro aceno à equipe econômica, o anúncio é uma das medidas mais decepcionantes e uma má sinalização do governo da presidente Dilma Rousseff, empossada há apenas 39 dias.
O governo já iniciou as negociações com o Congresso para consolidar a atual política de reajuste do salário mínimo em forma de lei. O assunto dominou a reunião de coordenação da presidente Dilma Rousseff com seus principais ministros na manhã desta segunda-feira (7).
Em reunião nesta segunda-feira (7), na sede da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), as seis centrais sindicais concluíram que a decisão do governo acerca do salário mínimo será uma “opção política entre o pagamento de juros e a distribuição de renda” e discutiram ações no sentido de reforçar a mobilização pelo mínimo de R$ 580 e transformação da política de valorização em lei, inclusive com manifestações de rua previstas para abril.
Os trabalhos legislativos começam efetivamente a partir desta terça-feira (8), quando os líderes decidem, em reunião marcada para às 14h30min, a pauta de votação. Dez Medidas Provisórias (MPs) bloqueiam a pauta. Entre as primeiras, destaca-se a que cria a Autoridade Pública Olímpica (APO) que, junto com o reajuste do salário mínimo, deve pautar os discursos no plenário até que seja votada a matéria.
O deputado Assis Melo (PCdoB-RS) se disse frustrado com o resultado da reunião com as centrais sindicais e representantes do governo para discutirem o novo valor do salário mínimo. Segundo ele, as negociações não evoluíram no encontro com os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, e Carlos Lupi, do Trabalho, na última sexta-feira (4), em São Paulo.
O deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) saiu frustrado da reunião com as centrais sindicais e os ministros Guido Mantega, da Fazenda, Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, e Carlos Lupi, do Trabalho. O encontro para tratar do reajuste do salário mínimo ocorreu nesta sexta-feira em São Paulo. As negociações não evoluíram.
A reunião desta sexta-feira (4) não resultou em acordo sobre o valor do salário mínimo em 2011. Diante do impasse, as centrais prometem mobilizar suas bases nos estados para pressionar pelo mínimo de R$ 580 e dizem que se não houver acordo, lutarão para conquistar a bandeira junto ao Congresso Nacional.
As seis centrais sindicais participam nesta sexta-feira (4), a partir das 10 horas, de reunião com o governo federal para debater a elevação do salário mínimo e a correção da tabela do imposto de renda. O encontro acontece no escritório regional São Paulo da Presidência da República (prédio do Banco do Brasil na avenida Paulista, 2163).
O deputado Assis Melo (PCdoB-RS), que participará da reunião das centrais sindicais com o governo, nesta sexta-feira (4), no escritório da Presidência em São Paulo, disse que vai reafirmar posição pelo mínimo de R$580,00. No encontro, Assis defenderá os argumentos constantes das emendas de sua autoria à Medida Provisória do governo que trata do salário mínimo.
O senador Inácio Arruda apresentou na manhã desta quarta-feira (2), emenda propondo que o valor do novo salário mínimo seja de R$ 580. Inácio entende que a proposta do governo federal apresentada em dezembro de 2010, através da Medida Provisória n° 516, fixando o mínimo em R$ 540, representa um reajuste de apenas 5,88% – inferior à inflação anual que foi de 6,47%.