2017 foi um dos piores anos da história para o povo brasileiro: mais de 12 milhões de desempregados, a volta do terror da fome, redução ou fim de programas sociais. Para os banqueiros e seus associados, os rentistas, foi uma festa de gala: o lucro dos três maiores bancos no ano passado foi de R$ 53,8 bilhões, mais de duas vezes o orçamento do Bolsa Família para 2018, de R$ 28,7 bilhões. Em cinco anos, o lucro dos bancos saltou nada menos que 127%.
Por Mauro Lopes, em seu blog
O economista Ladislau Dowbor, que está lançando o livro A Era do Capital Improdutivo, fala sobre como os mecanismos financeiros capturaram o poder político em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Para além do debate entre ortodoxos e heterodoxos, os caminhos recentes da economia brasileira podem ser pensados sob a chave da relação entre a política econômica e as forças sociais que a operam.
Por Bruno Miller Theodosio*, no Brasil Debate
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, comenta conclusão do Instituto de Estudos Socioeconômicos, a partir de dados da Receita Federal entre os anos de 2007 e 2013, de que o Brasil tem um dos sistemas tributários mais injustos do mundo.
A busca incessante por superávits primários – elevada a um patamar superior na gestão Temer-Meirelles – drena verbas de áreas como saúde, educação, previdência e novos investimentos para o pagamento de juros da dívida pública. Tudo sob o argumento de que é preciso equilibrar as contas do governo. Apesar de tamanho esforço fiscal, que prejudica a maioria da população em benefício de poucos rentistas, o estoque do endividamento só faz crescer, expondo a falácia do discurso corrente.
O maior banco da Alemanha está no centro das preocupações do sistema financeiro mundial. As ações do Deutsche Bank já caíram mais de 50% nos últimos 12 meses, apesar de os executivos do banco garantirem que a empresa está financeiramente saudável.
O governo ilegítimo de Michel Temer apresentou ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os gastos públicos.
Explosão do endividamento das famílias, juros sobre investimentos e alta da taxa Selic tornam inviáveis o dinamismo da economia, segundo o professor da PUC-SP, Ladislau Dowbor.
A aguda crise que atinge os bancos da Europa ativou a luz de alerta no mundo, levantando questionamentos sobre a capacidade dessas grandes instituições financeiras honrarem seus compromissos. No olho do furacão, está o maior banco comercial alemão.
Em meio a uma discussão sobre a sustentabilidade das margens de lucro das empresas, os analistas da gigante instituição financeira Goldman Sachs disseram a seus investidores, em uma nota, que podem ter que questionar a eficiência do próprio capitalismo. Que o sistema econômico hoje dominante no mundo é alvo de muitas críticas e dúvidas é um fato; que elas partam de um banco, isso é novidade.
Na era do capitalismo global, o direito à moradia – um direito humano fundamental – é relegado a segundo plano em todos os países que seguem o receituário neoliberal. Desde os anos 1970, a habitação e a urbanização passam por um processo que a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik chama de financeirização, em que a lógica dos projetos, mais do que atender a um direito, busca assegurar o retorno dos investimentos.
As tarifas bancárias cobradas pelos oito maiores bancos do país nos últimos três anos subiram 169%, percentual 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período, segundo apontou a associação de consumidores Proteste. Apesar disso, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma contraproposta aos bancários que nem chega a repor as perdas da inflação.
Por Dayane Santos