Equador: Eleição caminha para disputa entre Roldós e Correa

Cientistas políticos, analistas e as últimas pesquisas eleitorais no Equador indicam que o segundo turno das eleições presidenciais no país deverá ser disputado entre León Roldós e Rafael Correa. Os equatorianos irão às urnas em 15 de outubro para definir

Roldós se apresenta como um candidato de centro-esquerda e até a última a semana liderava todas as pesquisas de intenção de voto. O nacionalista Correa, por sua vez, correu por fora e alcançou a primeira colocação, de acordo com levantamentos feitos por dois institutos de pesquisa. Segundo o Gallup, ele aparece com 22% da preferência da população, contra 19% do antigo líder.



A tarefa de Correa, no entanto, será dura. Analistas do país dizem que as chances de Correa são limitadas, pois Roldós deve obter no segundo turno o apoio de adversários que vêem nas propostas de Correa uma ameaça aos partidos tradicionais. ''Nada está garantido nesta eleição, mas o que tenho certeza é de que Roldós vai prevalecer no segundo turno, porque os principais partidos estarão com ele'', disse Fabián Corral, colunista do jornal El Comercio, de Quito.



No Equador, para evitar o segundo turno um candidato precisa obter pelo menos 40 por cento dos votos, com vantagem de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado. O eventual segundo turno está previsto para 26 de novembro.



Nova opção
Formado nos EUA, Correa foi ministro da Economia e se considera alguém de fora da política. Em sua campanha, promete reformular um sistema que ele define como corrupto. Além disso, na opinião dos analistas o candidato é bom de TV e faz um trabalho inteligente ao apostar na frustração do eleitorado com os políticos tradicionais.



Os investidores estrangeiros se assustam com suas promessas de reestruturar a dívida externa e eventualmente declarar uma moratória. Ele também propõe reformular contratos de petróleo para dar ao Estado mais controle sobre os recursos energéticos e, para isso, conta com o apoio irrestrito do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.



Apesar da arrancada de Correa, as pesquisas mostram que a eleição ainda está em aberto, pois mais da metade dos nove milhões de eleitores do Equador se dizem indecisos.



Roldós, que perdeu votos por causa de suas mensagens ambíguas e de disputas internas do seu partido, já fez aliança com o tradicional Partido Democrático de Esquerda e tenta melhorar sua campanha. Após deixar a primeira posição nas pesquisas, ele passou a qualificar Correa de ''fascista'' e disse que sua retórica radical pode inflamar as tensões e desestabilizar o país, onde desde a década passada três presidentes não conseguiram concluir seus mandatos.