Adeptos do candomblé fazem protesto no Centro de BH

Dezenas de integrantes e simpatizantes do candomblé (culto afro-brasileiro) se reuniram na tarde de terça-feira, na Praça Rio Branco, na região central, para manifestar protestar contra uma ação considerada por eles desastrosa, feita por um grupo de po

Na tentativa de verificar uma denúncia de prática do crime de cárcere privado, os policiais teriam invadido um terreiro de candomblé na Rua Gurutuba, 422, Bairro Santo André, região Noroeste da capital, o que causou indignação nos adeptos do culto, que se sentiram humilhados e discriminados.


Segundo dirigentes do candomblé, muitas pessoas, inclusive crianças, ficaram em pânico ao ver os militares invadindo todos os recintos, armados de pistolas, revólveres, fuzis e bastões. Pessoas que faziam penitências em recintos fechados chamados de “camarinhas”, lugar sagrado dentro do culto, teriam sido hostilizadas. As pessoas, de acordo com preceitos da religião, ficam 21 dias recolhidas, longe do mundo exterior, em sinal de penitência e purificação, todas vestidas de branco e com turbantes na cabeça.


Na terça, os seguidores que se consideraram ofendidos carregavam cartazes de protesto na Praça Rio Branco. A coordenadora nacional do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira (Cenarab), Makota Célia Gonçalves, ressaltou a importância do ato para que toda a sociedade tomasse conhecimento do que ela chamou de falta de respeito à Constituição Brasileira, que prevê a liberdade de religião e raça. Para ela, a invasão ao local sagrado teve um cunho preconceituoso .


O caso ganhou repercussão nacional e vários órgãos públicos e entidades de classe se manifestaram a favor dos religiosos. “Se a denúncia ocorresse contra a Igreja Católica, com certeza o comando da PM telefonaria primeiro para a Cúria Metropolitana antes de decidir pela invasão de uma das igrejas”, disse a coordenadora do Cenarab.


Na terça-feira, durante a manifestação na Praça da Rodoviária, o grupo formou uma roda e todos entoaram cânticos e dança que fazem parte do ritual africano. Depois de tudo, seguiram em passeata até a sede da Região Integrada de Segurança Pública (Risp), que fica na praça. Eles entregaram às autoridades policiais uma representação feita contra a PM e pediram punição para os militares invasores. Também registraram queixa na Corregedoria da corporação.


Fonte: Portal UAi