Manifestação percorrerá a Rio Branco, centro do Rio
“Mulheres na luta pela igualdade, contra a violência”. Com este tema, diversas entidades que atuam em defesa dos direitos da mulher estarão na passeata pela Avenida Rio Branco, no dia 8 de março. No ato também haverá um protesto contra a presença do pr
Publicado 07/03/2007 21:57 | Editado 04/03/2020 17:06
A concentração do ato será às 16hs na Candelária. De lá as entidades percorrerão a Rio Branco em direção à embaixada americana e em seguida para a Cinelândia. Fazem parte da organização da manifestação a União Brasileira de Mulheres (UBM), Unegro, UJS, CUT/RJ, Marcha Mundial de Mulheres, Marcha das Margaridas, Via Campesina, Cedim, Mães da Candelária, entre outras entidades.
Veja abaixo o manifesto da UBM para o 8 de março:
Em defesa da Vida e da Valorização do Trabalho da Mulher
Nossas vidas estão desenhadas pelas lutas históricas de resistência à opressão. A realidade denuncia a escandalosa desigualdade social e nas relações entre homens e mulheres que se aprofundam quando se trata das mulheres negras.
1 – Vida:
Ganhamos menos e somos 30% das responsáveis pela família. O desemprego e o subemprego atingem níveis recordes, a violência alcançou índices elevados e a violência no trabalho e doméstica tem sido constantemente denunciadas. As mulheres engrossam as fileiras do trabalho informal, sem direitos sociais e trabalhistas.
Destacamos-nos entre os mais pobres. Este é o resultado da economia neoliberal que retira os recursos públicos sociais e favorece o setor financeiro ao invés de investir nas áreas produtivas criando oportunidades de trabalho e melhorando a vida das mulheres que são as mais atingidas pela precarização do trabalho.
Vivemos violências pelo simples fato de sermos mulheres. Raça, classe, etnia, trabalho, geração, nos espaços doméstico e público, seja pela exploração sexual, tráfico (mulheres jovens e negras de 15 a 25 anos); violência doméstica; uma a cada quatro meninas sofre abuso sexual na infância; o homicídio é a 1ª causa de morte de mulheres entre 15 a 29 anos; 75% dos refugiados do mundo são crianças e mulheres; violência no trabalho/assédio sexual e moral.
2. Resistência:
Resgata: a luta das 129 operárias da Têxtil Cotton de Nova Iorque (séc.XIX), que foram queimadas vivas por reivindicarem uma jornada de trabalho já conquistada pela classe operária.
Significa: as lutas e as conquistas, mas principalmente a denuncia do desrespeito aos direitos conquistados;
Representa: a ousadia cotidiana das mulheres que, apesar dos direitos legais conquistados, se mantém ativas e organizadas para que na vida eles sejam respeitados.
Fortalece: a luta contra a situação de desigualdade de condições para o acesso ao trabalho no dia-a-dia na luta pela sobrevivência.
Reforça: a consciência de que a organização das mulheres é fundamental na luta rumo à igualdade e a justiça social.
Reafirma: nossa participação à luta anti-imperialista, contra Bush, em defesa da paz e da soberania dos povos.
3. Vitórias:
– Ocupamos espaços no mercado de trabalho: demonstramos competência.
– Nossas vidas se tornaram visíveis para o mundo – antes vista no âmbito das relações pessoais e do doméstico e agora tratadas politicamente, na esfera pública.
– O reconhecimento social da desigualdade entre homens e mulheres e a realidade de não termos garantidos plenamente na vida, os direitos conquistados – são direitos humanos fundamentais e conquistamos políticas públicas compensatórias.
– Conhecemos melhor nossa própria realidade, demonstrada nos escandalosos números sobre o trabalho precário e pauperização das mulheres, violência doméstica e no trabalho, por isso queremos mais direitos e políticas públicas afirmativas para garantir atingir a igualdade, respeitadas as diferenças.
4- Desafios:
– Continuar construindo o sonho por uma sociedade de igualdade, pela paz e isto, entre outras conquistas, implica em lutar para fortalecer a democracia, por um desenvolvimento com distribuição de renda e de riqueza para as mulheres e para todo o povo;
– garantir direitos conquistados e continuar a luta contra o desemprego e pela valorização do trabalho da mulher, combatendo a precarização e a discriminação;
– defender a aplicação da Lei Maria da Penha nos casos de violência doméstica e denunciar o assédio sexual e moral no trabalho.
– avançar na conquista de políticas públicas que garantam a igualdade de oportunidades para as mulheres e condições para o enfrentamento de qualquer tipo de discriminação e violência.
– organizar e somar forças para romper as barreiras de classe e construir uma sociedade justa, socialista, com a emancipação das mulheres e de todo o povo.