Pronuciamento de Manuela na Câmara, nesta quarta (7), denunciará política externa de Bush

A vinda ao Brasil do presidente norte-americano George Bush, nestes dias 8 e 9, promete ser movimentada. Mas não é por causa da sua agenda, e sim pelos protestos organizados pelos movimentos sociais em todo o país. A deputada federal Manuela Dávila (PC

A fala da deputada na tribuna deve ocorrer nesta quarta (7). “Vou denunciar a política externa norte-americana como um todo, sua política de guerra e de acordos que prejudicam trabalhadores no mundo inteiro”. Ainda, segundo ela, a vinda de Bush ao Brasil, justamente no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, deve ser marcada pela manifestação de centenas de mulheres pedindo direitos e paz. “Mas porque, no nosso dia, nos dedicarmos a denúncia da política de guerra de Bush? Estatísticas nos mostram que a pobreza no mundo é feminina. Também nos mostram que nas crises, guerras e disputas, somos nós, mulheres, as que mais perdem. A guerra de Bush nos traz mais um desafio: é coordenada por uma mulher negra, Condolezza Rice. Portanto, deixa claro que não nos basta nascer mulher, temos que saber em que lado estamos. Não é possível emancipar a mulher se não emanciparmos, também, a sociedade”, enfatizou.


 


Entre as manifestações, o destaque é para a que está sendo organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais para o dia 8 de março, em São Paulo, cidade em que Lula deverá receber Bush no dia 9. A expectativa é que se realize uma grande passeata na avenida Paulista, com cerca de 10 mil pessoas, que também marcará o Dia  Internacional da Mulher.


 


Os manifestantes prometem não descolar de Bush durante a visita. “Vamos perseguir Bush onde ele estiver”, diz Antônio Carlos Spis, da Executiva Nacional da CUT. A agenda de Bush no Brasil não foi divulgada por questões de segurança, o que dificulta a estratégia das entidades.


 


O protesto na Avenida Paulista é organizado por grupos feministas e 32 entidades nacionais que integram a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), entre elas, a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).


 


Estão previstos protestos em outras capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. Em Brasília, parlamentares organizam um ato contra o presidente na rampa do Congresso Nacional.


 


UNE organiza “as boas vindas”


Na sexta-feira (9), dia seguinte à passeata, a UNE vai protestar com “intervenções artísticas”. Está em estudo a realização de esquetes de teatro, em estabelecimentos comerciais de origem americana, nas quais Bush será o personagem principal. Os estudantes prometem ainda performances, como comer marmitas e bananas dentro de lojas de fast food na capital paulista, conta a diretora de Relações Internacionais da UNE, Lúcia Stumpf.


 


A União da Juventude Socialista (UJS), promete reeditar o uso de bombas de chocolate contra Bush, como fez para protestar contra a intervenção militar dos Estados Unidos no Iraque em 2003.


 



Marcelo Gavião, presidente da UJS, diz que vai aproveitar a passeata na Paulista para lançar a campanha “Bush Persona non Grata”. O movimento quer convencer parlamentares de capitais brasileiras a apresentarem nas câmaras de vereadores moções que declarem Bush persona non grata.”Isso impede que Bush seja tratado com honrarias de chefe de estado por câmeras de vereadores. Queremos levar o repúdio à política de Bush às instituições”, explica Gavião. A bancada do PC do B vai analisar a proposta da UJS para apresentar moção semelhante na Câmara dos Deputados.


 



De Porto Alegre
Clomar Porto
Com Agências