Dia Mundial da Água: reflexões

No transcurso das comemorações do Dia Mundial da Água (22 de março), Miranda Muniz, dirigente estadual do PCdoB/MT, discorre sobre a importância da água e condena a tentativa de privatização da empresa de s

* Miranda Muniz


 


“A água é o ouro azul. É o bem  mais precioso do futuro. As pessoas matarão por água, farão guerra por água e vão investir na água para ganhar bilhões de dólares. Quinhentas mil crianças morrem por ano, vítimas de doenças relacionadas a água. ”


Cientista Maude Barlow, diretor do Fórum Internacional sobre Globalização, durante palestra no Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre em 2005.


 


No momento do transcurso das comemorações do dia 22 de março – Dia Mundial da Água e quando o prefeito tucano de Cuiabá, Wilson Santos, empreende uma verdadeira cruzada visando a privatização da Sanecap, através de um processo de concessão por 30 anos, é fundamental uma reflexão sobre esse precioso líquido, destacando a sua importância para a vida humana, de animais e plantas.


Uma pessoa pode suportar várias semanas sem comer, mas se faltar água, em dois dias começa o processo de falência múltipla dos órgãos, que leva à morte de uma criança em 5 dias, e de um adulto em 10 dias. Todas as formas de vida dependem da água e não existe vida onde não há água. Por isso, do ponto de vista biológico, não se pode separar água e vida.


O planeta terra, aparentemente, é abundante em água, onde esse líquido cobre 71% de sua superfície. No entanto, 97,7% das águas são salgadas e apenas 2,4% são águas doces, das quais 2,086% constituem as geleiras e calotas polares; 0,291% estão localizadas nas rochas sedimentares; 0,017% em lagos; 0,004% no solo e subsolo; 0,001% na atmosfera e apenas 0,0001% nos rios.


No quesito água, o Brasil é privilegiado pois possui de 15 a 18% do total de água doce disponível no planeta, porém distribuída de maneira irregular nas regiões, sendo que 70% está localizada no Norte, 15%  no Centro-Oeste, 6% no Sudeste, 6%  no Sul e apenas 3% no Nordeste.


Por conta do mau uso da água (poluição, desperdício, etc.), mais 1,1 bilhão de pessoas (um sexto da população mundial) não tem acesso a água potável e 2,4 bilhões não contam com saneamento básico. Países como o Kuwait, Israel, Jordânia, Arábia Saldita, Líbia, Iraque, Bélgica, Argélia, Cabo Verde, Etiópia, Hungria, México, EUA, França, Espanha fatam água. Segundo a ONU, até 2025 40% da humanidade terá problemas de água.


No Brasil, a situação ainda não é alarmante, mas preocupante! Mais de 20% da população brasileira não têm acesso à água potável; 40% da água de nossas torneiras não têm potabilidade confiável; 50% do esgoto não é coletado; 80% do esgoto coletado é jogado “in natura” nos rios brasileiros.


Portanto, por esses e outros motivos, a água, líquido precioso e essencial à vida, deve ser considerado como bem público e ser concebido como uma “questão de segurança nacional”. Submete-la à lógica do mercado para satisfazer a sede gananciosa de grandes corporações ávidas por lucro fácil, certamente não é a melhor solução e, portanto, deve ser combatida por todos(as) que verdadeiramente defendem a vida.


– CONTRA A CONCESSÃO DA SANECAP!


– AMPLIAÇÃO DOS INVESTIMENTOS PARA GARANTIR UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO! 


* Miranda Muniz: Agrônomo, bacharel em Dieito, Oficial de Justiça-Avaliador Federal, Presidente do PCdoB/MT e integrante do Fórum de Luta Contra a Privatização da Sanecap.