Professores da Unimep aceitam proposta de acordo do TRT
Os professores da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), em greve desde o dia 15 de março, decidiram nesta quarta-feira, dia 21, aceitar a proposta de acordo apresentada pelo presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região Campinas. A gr
Publicado 22/03/2007 16:41 | Editado 04/03/2020 17:19
A grande maioria dos cerca de 120 professores presentes à assembléia extraordinária, votou favorável ao acordo por entender que da forma como foi construído garante a reintegração dos 148 demitidos, a redução linear de salários de 12,5% por dois anos, quando serão novamente recompostos e estabilidade no emprego para toda a categoria pelo período de três anos.
A greve dos professores, que hoje completa oito dias, será mantida até que a reitoria da Unimep aceite ou não fazer o acordo. Caso se recuse, a greve será então julgada pelo TRT a partir do prazo de 10 dias concedido pelo juiz presidente do Tribunal, Luiz Carlos de Araújo para a manifestação das partes sobre o acordo sugerido.
O Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro) e a Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) deverão encaminhar nesta quinta-feira, ao TRT da 15ª Região, o resultado da votação da assembléia.
Votação
Na assembléia apenas seis professores votaram contrários à proposta e sete se abstiveram de votar. Durante os pedidos de esclarecimento feitos na assembléia os professores argumentaram que ao manter a cláusula 5ª da proposta da reitoria estariam abrindo mão de conquistas históricas, representando, portanto, um retrocesso na gestão democrática da Universidade. A cláusula 5ª trata da reinstalação do processo sucessório das direções das Faculdades de Ciências Humanas e Ciências Exatas e da Natureza, Direito, e Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, além de alguns cursos e mas prevê que a presidência do processo sucessório ficará a cargo do Reitor.
Greve
A paralisação dos professores continua atingindo as três unidades da Unimep. Os alunos da Universidade, em apoio ao movimento dos professores, decidiram ocupar o Campus Taquaral em Piracicaba e, desde o dia 15, iniciaram o boicote às mensalidades.
A crise na Unimep vinha se arrastando desde o início de 2006, mas ganhou contornos mais graves no dia 7 de dezembro, com a demissão de148 professores, sem justa causa, e sem qualquer consulta pela Reitoria aos Conselhos de Faculdade.
Os docentes, representados pelo Sindicato dos Professores de Campinas e Região (Sinpro) e pela Associação dos Docentes da Unimep (Adunimep) vêm negociando para chegar a um acordo com a Reitoria. Os professores entendem que atitudes arbitrárias que ferem a democracia poderão comprometer significativamente a qualidade de ensino. Frente à intransigência da Reitoria em não negociar, na medida em que vincula todas as questões, institucionais e financeiras, numa única proposta, que não pode ser discutida ou modificada e face ao desrespeito ao Estatuto e aos Regimentos da Universidade, os professores estão em greve desde o dia 15, mas sempre dispostos ao diálogo e à efetivas negociações.
Democracia
Além da crise financeira a Unimep passou a viver uma crise institucional. Em dezembro a Reitoria decretou uma espécie de intervenção na Universidade. Ignorando o que previa o Estatuto e Regimento da Instituição, nomeou coordenadores de Cursos e diretores de Faculdade não escolhidos pela comunidade acadêmica, transformando-os em assessores, extinguiu grupos de área, juntou turmas de cursos, alterou programas de estágio, entre outros. A Reitoria tenta ainda, impor uma tabela salarial com redução de 25% nos salários dos professores que migrarem para a nova carreira. Os salários dos professores têm sido pagos parceladamente e sempre com atraso.
Mediação
O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas tentou mediar um acordo entre os professores e o Instituto Educacional Piracicabano (IEP), promovendo ao longo dos últimos três meses, cerca de 10 audiências, a última delas no dia 9 de março, quando não se chegou a nenhum consenso.
Valéria Sale, pela assessoria de imprensa do Sindicato dos Professores de Campinas e Região