Nota do Sindicato dos Metroviários: Omissão do governo na tragédia da Linha 4 do Metrô

Depois de 90 dias do acidente da Linha 4, governo do Estado, Metrô e consórcio continuam omitindo informações sobre a tragédia da estação Pinheiros.

Amanhã, 12/4, completam noventa dias que sete pessoas perderam a vida de forma trágica nas obras da futura estação Pinheiros da Linha 4 – Amarela, por irresponsabilidade do governo do Estado, negligência da direção do Metrô e imprudência dos empreiteiros responsáveis pela sua construção


 


Além de reivindicar a participação do corpo técnico do Metrô no acompanhamento do projeto e fiscalização das obras, bem como que a operação da Linha 4 não seja privatizada também, o Sindicato dos Metroviários de SP exige que o governo do Estado, o Metrô e o consórcio Via Amarela dêem as devidas satisfações aos cidadãos que tanto foram prejudicados pela tragédia ocorrida no dia 12/1.


 


No dia 30/3 a imprensa noticiou que o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) condenou as obras da futura estação Pinheiros da Linha 4 – Amarela, tendo como base um laudo feito por uma empresa contratada pelo próprio consórcio Via Amarela. No entanto, ninguém teve acesso ao seu conteúdo. Ocorre que este é um direito dos cidadãos! Logo, o governo estadual e a Cia. do Metropolitano têm o dever de informar à população quais foram as constatações do IPT e o que será feito daqui por diante para evitar outras tragédias.


 


Mais omissão e desrespeito


 


A omissão das autoridades envolvidas na tragédia não pára por aí. Um Termo de Ajuste de Condutas (TAC) foi acordado entre as mesmas, porém, novamente, ninguém teve acesso ao seu conteúdo.


 


Para o governo do Estado, Cia. e consórcio, tais informações interessam e dizem respeito apenas a eles mesmos? Para eles, os vizinhos da futura estação Pinheiros têm que aceitar sua indenização, voltar para sua casa rachada e ficar submisso, sem saber o que está ocorrendo embaixo de seus pés? E o restante da população tem que agir do mesmo jeito?


 


Estas são perguntas que não calam e o Sindicato dos Metroviários de SP continuará em busca das respostas. Os cidadãos não podem ficar à mercê da ambição privatista deste governo estadual, que não demonstra ter preocupação com o seu povo.


 


Privatização com dinheiro do povo


 


No dia 19/3, o governador Serra encaminhou à Alesp pedido de autorização para contrair um empréstimo de US$ 450 milhões, no exterior, em caráter de urgência, para terminar a privatização da Linha 4. Com isso, mais os pedidos das empreiteiras de US$ 200 milhões para cobrir os custos com a obra que o governo dizia ter preço fechado, o estado de SP investirá acima de US$ 1.600 bilhão, contra apenas US$ 340 milhões do capital privado. Isso significa mais de 85% do total necessário para colocar a Linha 4 em funcionamento, sendo que o concessionário ficará com toda a arrecadação do Metrô por 30 anos e a população é que pagará com uma tarifa excessivamente cara.



Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metroviários