Paulo Hartung(ES) começa a sofrer conseqüências da indiferença de Lula(PT)

O governador do ES Paulo Hartung (PMDB) está sentindo na pele os efeitos de não ter apoiado o presidente Lula no segundo turno da campanha pela reeleição. Em recente encontro com a bancada capixaba, ele reclamou que o governo federal não tem investido

O governador do ES Paulo Hartung (PMDB) está sentindo na pele os efeitos de não ter apoiado o presidente Lula no segundo turno da campanha pela reeleição. Em recente encontro com a bancada capixaba, ele reclamou que o governo federal não tem investido no Estado como antes. Embora esteja mantida a relação institucional, Hartung não goza mais de “privilégios” junto ao presidente.


 


O tratamento a ele dispensado pelo presidente é comum, puramente institucional. Como já havia adiantado Século Diário(www.seculodiario.com.br) diante da nova realidade, o governador tem recorrido cada vez mais a um recurso que em seu primeiro mandato era dispensável: o apoio dos deputados federais e senadores capixabas. Desde o início do ano, Hartung vem tentando a liberação de recursos, sem sucesso.


 


Foram os parlamentares capixabas que se reuniram com o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, para pleitear a liberação de R$ 16 milhões para a área de Segurança no Estado.


 


Os sinais de que a relação entre o governador e o presidente não anda boa se intensificaram na semana passada, quando Hartung, com uma desculpa nada convincente, deixou de comparecer ao encontro dos governadores do PMDB com o presidente. Ao ser cobrado pela ausência, Hartung disse que já faria uma viagem a Brasília esta semana e por isso evitaria o desgaste de ir lá na semana passada.


 


Hartung tem se queixado com os parlamentares de que o único investimento do governo federal no Estado foi para a construção de um presídio em São Mateus (município do norte do Estado do ES). Antes disso, Hartung já havia sentido dificuldades em liberar dinheiro para as obras do aeroporto de Vitória e para a BR-101.


 


A crise começou em outubro passado, quando o governador declarou neutralidade no segundo turno da eleição presidencial, apesar de insistentemente convidado por assessores do presidente para um encontro, no palácio Alvorada, com vários candidatos a governador em disputa do segundo turno ou já eleitos. Hartung não só não compareceu como desdenhou do convite. Dizia-se que ele não acreditava na reeleição de Lula por causa do crescimento do tucano Geraldo Alckmin, que acabou levando o pleito para o segundo turno.


 


Com tantos investimentos no Estado, no primeiro mandato de Hartung, o presidente Lula esperava o apoio do governador. Só para se ter uma idéia, foi com a antecipação de 20 anos em repasses de royalties de petróleo que o governador conseguiu colocar em dia o pagamento dos servidores e quitar algumas dívidas vencidas do Estado, dando início ao projeto de desenvolvimento. Aliado ao fato de a oposição ter apresentado um candidato com pouco poder de fogo para concorrer com ele – o ex-prefeito da Serra Sérgio Vidigal (PDT) -, ninguém tem dúvidas de que o apoio de Lula foi fundamental para seu êxito eleitoral.


 


Desde então Hartung tem recebido o mesmo tratamento institucional dos demais governadores. Em meio às rusgas entre os dois governos, os parlamentares capixabas tentam viabilizar políticas de investimentos e serão cada vez mais cobrados como intermediários de um diálogo com Lula que o próprio Hartung sepultou.



Fonte: www.seculodiario.com.br