Distribuição da Publicidade do Governo Federal Um bom exemplo a ser copiado
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que agora também comanda a distribuição da publicidade do Governo Federal, anunciou que abrirá um debate sobre como criar critérios objetivos para atingir veículos regionais, comunitários e e
Publicado 03/05/2007 10:45 | Editado 04/03/2020 16:43
Está aí uma boa notícia. A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que agora também comanda a distribuição da publicidade do Governo Federal, anunciou que abrirá um debate sobre como criar critérios objetivos para atingir veículos regionais, comunitários e educativos.
Na prática isso significa democratizar os recursos do Governo Federal e das estatais, dando aos veículos menores a oportunidade de se tornarem maiores ou mais independentes. Já está provado que agências de publicidade não têm condições de, sozinhas, trabalharem nesse sentido. É preciso que haja um direcionamento oficial.
É inegável que os veículos maiores dão um retorno maior porque alcançam índices consideráveis de audiência. Mas a democratização dos recursos públicos deve estar acima desse conceito, porque, inversamente, podemos dizer que a tarefa de veículos comunitários e educativos é bem mais nobre do que a dos grupos que monopolizam (ou acham que monopolizam) a informação.
No caso dos veículos menores, embora nem sempre trabalhem defendendo conceitos educativos ou comunitários, a justificativa da necessidade de uma melhor divisão publicitária está no papel que cumprem ao levar informação regionalizada e diferenciada aos quatro cantos deste país. Ou será que o leitor de uma pequena cidade brasileira terá na primeira página do jornal O Globo notícias sobre corrupção em seu torrão natal?
Tratando especificamente do nosso quintal, no Espírito Santo os veículos menores – notadamente os que se encontram fora do eixo Grande Vitória – enfrentam grandes dificuldades para serem contemplados em campanhas publicitárias do Governo do Estado. No caso da Assembléia Legislativa então, nem se fala!
Num passado bem presente, o ex-superintendente de Comunicação do Governo Paulo Hartung, Fernando Kunsch, chegou a vir em Cachoeiro de Itapemirim e alardeou para todo o sul do estado – neste encontro estiveram presentes vários veículos de outras cidades sulinas – que trataria os veículos interioranos com um pouco mais de igualdade em relação ao demais. As palavras dele ficaram presas nas paredes do Palácio Bernardino Monteiro, local da reunião.
Agora o secretário é Nilo Martins. Curiosamente, irmão do ministro Franklin Martins, arauto desta boa notícia. Espera-se portanto que o bom exemplo torne-se uma regra familiar e seja seguido. A missão do nosso secretário Nilo se faz tão necessária e nobre quanto a do seu irmão. Fortalecer os veículos do interior do estado, que são na sua maioria pequenos, é fortalecer a qualidade da informação. Deixa-los apenas à mercê das agências, sem interferência oficial, é como recorrer ingenuamente ao liberalismo Smithiano achando que o próprio mercado vai se encarregar de salvar ou matar os bons ou os maus.
As agências de publicidade fazem de maneira correta a parte delas. Distribuem as campanhas governamentais considerando o retorno para o seu cliente. E é inegável que o retorno dos grandes veículos é muito maior que o dos pequenos. Por isso é que pode haver uma concentração natural em determinados veículos de maior alcance. Mas, embora seja natural não significa que devamos concordar. Por isso volto a dizer que cabe aos Governos cuidarem com mais carinho dessa distribuição.
O ministro Franklim Martins já começou cuidar disso. Agora espera-se que o novo secretário de Comunicação do estado, Nilo Martins, também o faça. A imprensa interiorana de maneira geral e a própria população como um todo, agradecem.
Afinal de contas, a liberdade é a ausência da necessidade. E vice e versa.
Ilauro Oliveira
Graduado em História
PCdoB/ES-Cachoeiro de Itapemirin