Luta contra Emenda 3 une movimento sindical
Helifax Pinto de Souza, presidente do Sintaema e coordenador estadual da Corrente Sindical Classista, considera que as atividades do Dia Trabalhador em São Paulo foram bastante massivas, com três mensagens políticas principais: a necessidade de mudança
Publicado 03/05/2007 19:48 | Editado 04/03/2020 17:19
O sindicalista também analisa a “falta de equilíbrio” entre a programação cultural e a pauta política nas atividades. Sugere ainda que a CUT volte a estudar o 1º de Maio descentralizado, que já aconteceu anos atrás, e “mexeu com pessoas que às vezes não saem das suas regiões”.
Confira os principais trechos da entrevista de Helifax Pinto de Souza ao Vermelho-SP:
As mensagens políticas do 1º de Maio
Helifax: Foram algumas mensagens principais. A defesa de um novo modelo econômico, que valorize o trabalho e a produção. Houve também maior preocupação com o meio-ambiente, com um desenvolvimento que não seja predatório, o que foi abordado tanto no 1º de maio da CUT quanto no da Força Sindical. E a luta contra a Emenda 3, difundido em todos: no da CUT, da Força, em Carapicuíba, no ato da CGT, no ato da Praça da Sé.
Emenda 3
Helifax: A luta contra a Emenda 3 é hoje a principal bandeira de aglutinação das Centrais Sindicais. Pode ser inclusive objeto de uma greve geral se o Congresso insistir em derrubar o veto do presidente à medida.
O modelo de 1º de Maio
Helifax: Foram bastante massificados, com aspectos culturais e políticos. Nos últimos anos, o modelo das manifestações tem mudado muito. Já foi descentralizado, agora tem característica preponderantemente cultural e menos sindical. Não tem forte impacto político e deveria ser mais equilibrado, passando também com mais ênfase uma mensagem politizante para o trabalhador. A CUT chegou a fazer o 1º de Maio descentralizado e foi interessante, pois mexeu com pessoas que às vezes nem saem das regiões.
O da Praça da Sé, por alguns segmentos, teve um caráter mais contundente contra o governo. Mas ele estava mais diversificado, com outros movimentos participando, e nesse aspecto foi positivo. Também lá é preciso combinar as coisas, com elementos culturais que possam ampliar a participação do povo.
Reconhecimento das Centrais Sindicais
Helifax: O ministro Carlos Lupi deu entrevista dizendo que o governo deve encaminhar o tema do reconhecimento das Centrais Sindicais, o que é positivo. Essa uma luta antiga do movimento. Afinal, as Centrais existem na realidade, independente da vontade do governo”.
Fernando Borgonovi, pelo Vermelho-SP