Garis e coletores de lixo de Fortaleza em greve
Com a greve dos garis e coletores de lixo, iniciada ontem, a coleta deixou ser feita no período da manhã.
Publicado 09/05/2007 10:27 | Editado 04/03/2020 16:37
Correr atrás do caminhão da coleta recolhendo os sacos de lixos deixados nas calçadas pela população de Fortaleza. Essa é a função do coletor de lixo, que a exemplo dos garis, responsáveis pela varrição de ruas, avenidas, estão em greve por tempo indeterminado. Sem o serviço, o lixo já se acumulava em vários pontos da cidade. De acordo com o Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública do Ceará, que representa a categoria, o acordo coletivo estava praticamente fechado, mas a Ecofor teria colocado critério para concessão do prêmio por lucros recebidos (PRL). Por dia, são produzidas 2.300 toneladas de lixo, segundo a Ecofor.
O Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Pública do Ceará avaliou que a adesão à greve, no primeiro dia, foi de 100%. Mas o movimento dos garis e coletores de lixo já se arrasta desde março, inclusive, eles já pararam as atividades por um dia. A presidente do sindicato da categoria, Maria da Penha Mesquita, diz que na paralisação do último dia 24, a Ecofor sinalizou que queria negociar. Além de reajuste salarial, eles pedem reajuste do vale refeição de R$ 3,00 para R$ 4,00, PRL de R$ 35,00 (atualmente é de R$ 25,00 para todos os trabalhadores). As reuniões entre as partes foram intermediadas pela Procuradoria Regional do Trabalho.
O diretor da Ecofor, Hugo Nery, diz que a greve surpreendeu a empresa, já que as questões econômicas do acordo estavam praticamente resolvidas. Segundo ele, a empresa ofereceu reajuste salarial de 11,06%, enquanto a inflação do período foi de 3,12%. Ele acrescenta que o único ponto que faltava acertar era o pagamento do prêmio pela produção dos funcionários. A empresa aceita pagar para quem tem duas faltas com atestado ou acidente de trabalho. O sindicato da categoria quer o benefício para todos.
Segundo Maria da Penha, como a Ecofor quer impor critério para a concessão do PRL, as negociações passadas foram desconsideradas. “Não aceitamos que o trabalhador seja penalizado porque faltou”. Por causa do impasse, os trabalhadores da limpeza decidiram pela greve, decidida em assembléia realizada no dia 25 passado. Ontem, pelo menos 80 carrinhos usados no serviço de varrição da área central não saíram do ponto de apoio da Ecofor localizado no centro, segundo Maria da Penha. No local, eles fizeram protesto e depois de um lanche, saíram em caminhada pelas ruas do centro. De acordo com garis e coletores, não há mais condições de trabalhar sem reajuste. Ontem, também foram ao gabinete da Prefeita Luizianne Lins. “Queremos comunicar a Prefeita que Fortaleza não ficará bela, se a Ecofor não reajustar os salários dos funcionários”, avisa Maria da Penha. Trabalhadores de Caucaia também deram apoio o movimento.
REIVINDICAÇÕES DA CATEGORIA
Reajuste salarial de 10,09%
Vale refeição de R$ 4,00
Prêmio de Lucros e Resultados para todos no valor de R$ 35,00 sem redutor. O valor atual é de R$ 25,00 sem redutor
O QUE DIZ A ECOFOR
Houve acordo em todos os itens econômicos, inclusive, reajuste salarial de 11,06%
ONDE ESTARIA O IMPASSE
-Na concessão do Prêmio de Lucros e Resultados
-O Sindicato dos Empregados de Empresa de Asseio, Conservação e Limpeza Pública do Ceará, que representa a categoria garis e coletores, defende o benefício para todos (sem redutor)
-A Ecofor defende que haja critérios para conceder o benefício. Teriam direito ao prêmio os trabalhadores que tenham duas faltas com apresentação de atestado médico ou sofreram acidente de trabalho. Na terceira falta o trabalhador perderia o direito.
Fonte: Sindicato da categoria e Ecofor