Pai do biodiesel fala do babaçu como fonte de energia
O terceiro dia do Congresso Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis teve a palestra do Pai do Biodiesel, o professor doutor Expedito Parente. Na tarde dessa quarta-feira (13), o presidente da cearense Tecbio (Tecnologia e Bioenergéticas Especializa
Publicado 14/06/2007 11:24 | Editado 04/03/2020 17:02
Expedito Parente foi pioneiro na produção de biodiesel, o chamado ‘petróleo verde’. Na década de 70, ele era professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e desenvolveu a técnica a partir do óleo de algodão. Na época, foi concedida a primeira patente do biodiesel a esse brasileiro, que depois foi expirada, mas ganhou o mundo. Os Estados Unidos, Japão e Europa apostaram na idéia e o Governo Federal adotou como uma das políticas prioritárias.
Com relação às suas pesquisas e resultados esperados, o professor é otimista. “Em 1977, quando identificamos a possibilidade do biodiesel, propusemos um programa. Naquela época existia uma miopia, ninguém acreditava que aquilo fosse possível. Fui chamado de louco, alguns mais carinhosos me chamavam de poeta da tecnologia. Não tem nada pior do que enxergar algo sozinho. Foi uma frustração terrível. Eu passei 10 anos sem assinar um trabalho científico porque ninguém acreditava no que eu dizia. Mas na minha vida não existe retrovisor, eu não gosto de olhar para trás, só para frente. E quando se tem um compromisso com a felicidade, jamais pode se lastrear a vida em torno do negativo”, afirma Expedito Parente.
O pesquisador não queria destruir ou modificar hábitos. E afirma desejar seguir os experimentos e sucessiva implantação dessas tecnologias em parceria, por exemplo, com as quebradoras de coco. “O que eu espero é desmistificar uma série de conceitos que de forma predatória e perversa foram colocados em nossas cabeças. Dentre eles, destaca-se o antagonismo provocado entre o que se chama agricultura familiar e agricultura mecanizada. Isto não existe. Os dois tipos de agricultura podem conviver conjuntamente, especialmente diante da produção de combustíveis, pois o mercado é considerado ilimitado”, explica Expedito Parente.
O I Congresso Internacional de Agroenergia e Biocombustíveis acontece no Rio Poty Hotel, em Teresina-, e termina na sexta-feira (15). É uma realização da Embrapa Meio-Norte (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba) e Banco do Nordeste, em parceria com o Governo do Piauí, além de apoio dos governos do Maranhão e Tocantins.
Fonte: ccom