SP registra recorde histórico de dengue

O número de casos de dengue registrados no Estado de São Paulo até agora já ultrapassou o recorde histórico de todo o ano de 2001, quando 51.668 pessoas contraíram a doença. De janeiro a 1º de julho deste ano, houve 52.566 registros de dengue. Em 2006, o

A quantidade de mortos por dengue hemorrágica verificada neste ano também já se igualou a 2006 todo: 14. Neste ano, foram registrados 47 casos da forma mais grave da doença.


 


Pelo menos 90 dos 645 municípios do Estado enfrentam epidemias de dengue -é considerado estado de epidemia quando existem mais de 300 casos por 100 mil habitantes. Na cidade de São Paulo, com 1.715 casos, não há epidemia.


 


A Secretaria da Saúde do Estado atribui o recorde a três fatores: o forte calor aliado às chuvas nos primeiros meses do ano; a epidemia de dengue em Mato Grosso do Sul, que faz divisa com São Paulo; e uma maior circulação do vírus subtipo 3, que causa mais sintomas da doença e, conseqüentemente, mais notificações.


 


O infectologista Luiz Jacinto da Silva, professor da Unicamp, acrescenta mais um fator que estaria contribuindo para o descontrole da doença: a descontinuidade das ações preventivas. “Não sei se é por inércia, incompetência ou outra dificuldade. O fato é que, enquanto tratarmos a dengue ano a ano, estaremos à mercê da doença. Todo ano é a mesma coisa; monta-se um esquadrão da dengue no verão e, depois, as ações são esquecidas.”


 


Para o superintendente da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), Afonso Viviani Junior, a tendência da doença nas últimas semanas tem sido de queda em razão dos fatores climáticos (tempo seco e frio). “Isso faz com que a população do mosquito transmissor da dengue reduza de maneira significativa.”


 


Ele afirma que a Sucen tem orientado os municípios a se manterem alertas mesmo com a diminuição de casos. “Se conseguirmos eliminar o número de criadouros do mosquito, isso vai prevenir a força de circulação do vírus no início do próximo verão.”


 


Mortalidade


 


Neste ano, o país tem registrado um aumento na taxa de mortalidade de dengue. Até março, o índice era de 13,7% -contra 11% em 2006. A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza 3%. De janeiro a março, o Brasil computou 134,9 mil casos da doença.


 


Autoridades de saúde dizem que o salto nas complicações é esperado porque, à medida que as pessoas contraem dengue por um determinado subtipo de vírus e depois se reinfectam por outro, são maiores as chances de complicações. Há três subtipos virais em circulação.