Nossa participação na CUT

Artigo de Uriel Villas Boas – Coordenador da Corrente Sindical Classista – Baixada Santista/SP

A Central Única dos Trabalhadores foi fundada em 1983, em um Congresso realizado em São Bernardo do Campo. Foi mais uma polêmica no dividido movimento sindical brasileiro. Que parecia ter encontrado uma unificação quando da realização da Conferência Nacional da Classe Trabalhadora, a Conclat, que reuniu no final dos anos 70, quase todas as tendências do nosso  movimento sindical. Foi um acontecimento da maior importância, realizado ainda durante a vigência da ditadura militar, na cidade de Praia Grande, no litoral paulista.


 


Uma das decisões da Conclat foi a realização de um Congresso, com o objetivo de fundar uma Central que representasse a unidade do movimento sindical. Mas as discussões das formas de indicação de delegados encontraram uma barreira que não foi contornada. As chamadas oposições sindicais não eram bem vistas pelos sindicatos mais conservadores.


 


A divisão não foi superada e foram realizados dois Congressos. Em São Bernardo surgiu a Central Única dos Trabalhadores. No outro Congresso foi fundada a Conclat, posteriormente identificada como CGT- Central Geral dos Trabalhadores.
Muita coisa aconteceu desde então. Os comunistas do P C do B, num primeiro momento, estiveram na Conclat. Posteriormente, percebendo um excesso de  conservadorismo e as dificuldades de entendimento, a militância decidiu pela filiação à CUT.


 


Desde então se notou um crescimento da tendência comunista. E a cada Congresso  cutista, a ocupação de espaços na sua direção.


 


Mas ao mesmo tempo surgiram divergências, pois a chamada tendência majoritária sempre criou problemas, dificultando as negociações para ceder cargos mais importantes e condizentes com o peso político da CSC-Corrente Sindical Classista. No recente Congresso, por exemplo, para que um militante comunista pudesse ocupar o cargo de vice-presidente, a tendência majoritária alterou a composição da diretoria, criando outra vice-presidência.


 


A atual conjuntura política nacional exige muito discernimento. Mas também o respeito aos aliados, tanto no campo sindical como em relação ao governo federal. A militância comunista mais uma vez debate a situação na CUT. E a Executiva do P C do B foi cientificada dos recentes acontecimentos, levando a uma decisão que é histórica. A Corrente Sindical Classista vai buscar formas de fundar uma Central Sindical. Com o claro objetivo de ser uma alternativa a sindicatos que não concordam com o posicionamento impositivo que é adotado pela direção da CUT.


 


Não será uma atitude oportunista, é uma questão que vai passar por amplo debate nos vários segmentos classistas, até chegar a uma conclusão. A Corrente já mostrou sua capacidade de mobilização, suas propostas claras e transparentes. E seu objetivo maior que é a mobilização da classe trabalhadora. E vai contar, por certo, com a adesão de muitos sindicalistas, numa composição onde os objetivos sejam bem definidos.


 


A discussão está começando e por certo não vai levar muito tempo para sua conclusão.