Tucanos impedem investigações sobre Máfia do CDHU

Os deputados do PSDB na Assembléia Legislativa não poupam esforços para impedir qualquer tipo de investigação no estado de São Paulo.

A última foi a manobra que sepultou as averiguações sobre denúncias contra o deputado Mauro Bragato, líder do PSDB, suspeito de envolvimento em fraudes na CDHU, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano.


 


Bragato, ex-secretário de habitação, é investigado por supostamente ter receibo propina de empreiteira envolvida no esquema de fraudes e superfaturamento de obras públicas que drenava recursos da CDHU. O deputado nega, alegando como prova seu patrimônio seria ''mais moral que material''.


 


Apesar da retórica, pouco a base governista e o próprio Mauro Bragato têm feito para dar base factual à alegação de inocência.


 


Assim que surgiram as denúncias envolvendo o líder tucano, houve pedido para a instalação da CPI da CDHU, há tempos dormindo em alguma gaveta da casa graças à sem cerimônia com que a maioria governista impede a fiscalização ao Executivo paulista. Aguerridos investigadores em Brasília, os tucanos daqui rapidamente manobraram, invocando a ''ordem cronológica'' dos pedidos de CPI para sepultar outra vez a instalação. O pedido relativo à CDHU é o 15º de uma fila de mais de 70 CPIs que jazem na Assembléia.


 


O PT enviou a questão ao Conselho de Ética que, apesar de presidido pelo deputado petista Hamilton Pereira, é composto por sólida maioria governista. Resultado: o Conselho rejeitou a abertura de processo contra Bragato e remeteu à matéria de volta à presidência da Alesp, solicitando que esta peça documentos à Procuradoria Geral de Justiça.


 


Ou seja, alguma investigação, se houver, ficará para depois do recesso legislativo que se inicia após votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Vaz de Lima, presidente da Alesp e correligionário de Bragato, já demonstrou toda a sua boa vontade: ''esta presidência, pelo que viu, acredita na inocência do deputado''.


 


Espera-se, para o bem do Legislativo paulista e para o trato dos negócios públicos, que a crença inabalável do presidente da Alesp não continue impedindo as necessárias investigações que são de competência dos deputados.