Sindicato dos Trabalhadores Rurais tem participação decisiva no fim do impasse da Mariad
Depois de quase quatro dias de ocupação, e de muito protesto por parte dos funcionários, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocupou a fazenda Mariad, no Vale do São Francisco, na Bahia. A fazenda, que exportava frutas e tinha um fatura
Publicado 05/09/2007 22:18 | Editado 04/03/2020 16:21
Após a prisão de Batista, no Uruguai, com 500 quilos de cocaína e da administradora da fazenda, a paranaense Adriana Aparecida Rodrigues, a Mariad ficou sem administrador e foi ocupada pelo MST. Os sem-terra reivindicavam para si a área, de 200 hectares, por causa das atividades ilegais que eram praticadas no local.
A ação do MST ocorreu no domingo (26/8) e já na segunda cerca de mil, dos mais de 2 mil, funcionários da Mariad bloquearam a ponte que liga as cidades de Juazeiro e Petrolina para protestar contra a ocupação da fazenda. “O MST agiu naquele momento de maneira inoportuna. O Sindicato exercia de modo legítimo a representação da categoria, já tendo firmado diversas convenções coletivas, e já se encontrava à frente das negociações com os órgãos vinculados ao Ministério do Trabalho e Justiça Federal”, afirma Agnaldo Meira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro.
Atuação do Sindicato
Com a ocupação da fazenda e as manifestações na ponte, o clima entre funcionários e membros do MST ficou tenso e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Juazeiro teve que agir. “A participação do Sindicato foi muito importante, além das articulações com órgãos da Justiça e entidades representativas dos trabalhadores, ele manteve contato com os funcionários da empresa procurando utilizá-los com informações das negociações”, afirma Zó, vereador do PCdoB de Juazeiro, que também participou das negociações.
O Movimento dos Sem-Terra, após mandato de reintegração de posse expedido pelo juiz Mário Vivas, na quarta-feira (29/08), começou a desocupar a propriedade que chega a gerar quase 10 mil empregos indiretos. Segundo Agnaldo Meira, “a Mariad representa um percentual importante do total da produção do Vale do São Francisco, abrigando mais de 2 mil empregados, entre trabalhadores permanentes e temporários”.
Interventor
Após a desocupação, foi indicado pelos membros do Sindicato e de outros representantes da sociedade civil, um interventor para gerir os negócios da fazenda. O nome escolhido foi o do agrônomo Rogério Alves de Santana, que já fez um diagnóstico da atual situação da fazenda e traçou um plano de ação para dar continuidade às atividades. Segundo o vereador Zó, as perspectivas para os trabalhadores da fazenda, agora com seus direitos assegurados, “são boas, pois a safra se aproxima, a qualidade da fruta não foi comprometida e a venda está garantida”.
De Salvador,
Rodrigo Rangel