Lideranças comentam o Encontro da CSC na Paraíba
O Encontro da Corrente Sindical Classista na Paraíba reuniu dezenas de militantes das mais diversas frentes do movimento de trabalhadores do estado. Após o encontro o Vermelho ouviu os participantes que analisaram a atual situação da CUT
Publicado 17/09/2007 11:12 | Editado 04/03/2020 16:54
Servidores Públicos
“O nosso sindicato estará na nova central sindical, sendo isto um avanço, para a categoria e para a CSC, pois acompanhamos as ‘rasteiras’ dadas pelo grupo hegemônico na CUT na CSC. Mesmo assim não queremos identificar a CUT como nossa inimiga, queremos ela como aliada nos debates nacionais, até forçando com que ela cumpra um papel que deixou de cumprir. Criando a nova central, passaremos a ser um referencial para a classe trabalhadora.” – José Gonçalves – Presidente do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Patos e Região
“A CSC dá um salto de qualidade muito grande, porque pela proposta que se apresenta de criação de uma central sindical classista, a CSC tem a possibilidade de crescimento, pois a CUT não tem correspondido com os anseios da classe trabalhadora, principalmente depois do governo Lula, sofrendo uma grave crise de identidade, apresentando-se por um viés de ‘CUT Cidadã’, pactuando-se com a proposta neoliberal e negando o caráter classista. Por isso, há espaço para a criação de uma central sindical classista, anti-capitalista, anti-imperialista, de acordo com os anseios da classe trabalhadora e pela a construção de uma pátria livre, soberana, e socialista. – Marconi Braz – Servidor Público Federal e membro da CSC
“A CUT não vem acompanhando as lutas dos trabalhadores públicos federais, principalmente no governo Lula, se distanciando da luta dos trabalhadores, fazendo até com que os Servidores Públicos Federais não reconheçam a CUT como Central Sindical, mesmo sendo cerca de 70% dos dirigentes nacionais da CUT servidores públicos. A CSC tem dado sempre uma grande contribuição para o fortalecimento da CUT, mas não está sendo reconhecida, por isso somos forçados a sair desta central sindical.” – Assis Mandela – Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Paraíba
Central Sindical Classista/PB
“Temos uma análise positiva do encontro da CSC, atendeu as expectativas, hoje tivemos em João Pessoa a concentração de vários sindicalistas que debateram os desafios do movimento sindical em João Pessoa, na Paraíba, no Brasil, na perspectiva do mundo, neste sentido com muita satisfação notamos que os nossos anseios ultrapassam os limites da CSC, tendo vários sindicalistas de outras correntes, inclusive do PT nos procurado para fortalecer esse movimento de criação de uma Central Sindical de luta e democrática. Nós, por muito tempo, fortalecemos a CUT, atuamos na CUT, mas chegamos ao entendimento que é necessária a criação de uma nova Central para fortalecer a luta da classe trabalhadora no Brasil.” – Geraldo Lima – Coordenador Estadual da CSC.
Comerciários
“Foi muito importante, nós já precisávamos tomar uma atitude acerca da criação de uma nova central, pois a direção majoritária da CUT deixou os trabalhadores em inércia e a CUT não tomou nenhuma ação, até porque estão muito atrelados ao governo federal. Nós da CSC tomamos a decisão certa, desatrelando do governo, e começando a construção de uma nova central sindical, que com a participação das mulheres tem tudo a se tornar um referencial de luta e organização, até porque ainda temos muito gás a gastar e se nunca fugimos da luta, porque iríamos fugir agora?! ” – Maria de Lourdes – Sindicato dos Comerciários de Campina Grande e Coordenadora Regional da União Brasileira de Mulheres.
“A CSC tem um grande desafio na Paraíba, em outros estados a CSC tem crescido bastante, mas na Paraíba temos debilidades que precisamos sanar, precisamos identificar quem somos e onde estamos, depois criarmos uma agenda positiva que unifique e organize a classe trabalhadora da Paraíba, pois os trabalhadores têm buscado uma ação mais efetiva do movimento sindical frente ao governo e nós precisamos de uma autonomia maior para pressionar o governo na garantia dos direitos trabalhistas já existentes e conquistarmos novos direitos.” – José do Nascimento Coelho – Presidente do Sindicato dos Comerciários de Campina Grande
Ensino Superior
“Nós precisamos dar um novo rumo para o movimento sindical paraibano e do Brasil, rompendo com a CUT e criando uma central ligada as bases, com o compromisso de criação de novas lideranças sindicais, capacitando a categoria e principalmente as direções dos sindicatos” – Arnaldo Bezerra – Sindicado dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba – SINTESPB
Saúde
“A CUT tanto nacionalmente como no estado está paralisada e precisamos da organização dos trabalhadores na criação de uma nova perspectiva de luta em defesa dos trabalhadores, e se não podemos movimentar o sindicalismo Cutista, precisamos amadurecer o pensamento de criação de uma nova alternativa para o sindicalismo.” – Aurelino de Souza – Coletivo Sindical de Saúde e Previdência “Oposição” e filiado ao PT
Jovens Trabalhadores
“Hoje a CUT deixa a desejar na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, sendo um passo importante à saída da CSC da CUT, pois irá destravar a luta dos sindicalistas classistas e da juventude trabalhadora. E sabemos da debilidade que possuem os jovens em conquistar o seu primeiro emprego sendo forçados a entrar em ‘estágios’ que empregam os jovens por três meses, tendo trimestralmente uma renovação nos postos de trabalho, principalmente no comércio. A Central Classista deve lutar pela criação de novos postos de trabalho para a juventude, como envolvê-los nas lutas dos trabalhadores.” – Ivo Souza – Diretor de Jovens Trabalhadores da UJS-PB e Diretor Estadual da CUT
Trabalhadores Rurais
“A CUT é muito distante dos agricultores e nós só temos a ganhar com a saída da CSC e a criação de uma central sindical classista, e essa central tem por desafio apoiar e acompanhar os sindicatos e agricultores, tendo inclusive uma independência maior” – Ailton de Souza Pereira – Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura de Souza
Hoteleiros
“O nosso sindicato já indicava pela saída da CUT anteriormente, então entendo que essa saída venha em ‘rito sumário’, ou seja, da forma mais rápida possível. A CUT está engessada, precisamos de mais lutas, de mais manifestações, de primeiros de maio mais combativos, temos que mostrar a classe trabalhadora que ela pode conquistar mais direitos.” – Marcos Paraguai – Sindicatos dos Hoteleiros de João Pessoa.
PCdoB
“O PCdoB discutiu recentemente no seu comitê central a partir da informação dos militantes da CSC, então acolhemos a opinião da base fazendo a analise que esgota-se a possibilidade de participação na Central Sindical que atuamos hoje, ou seja, a CUT. E observamos com muito bons olhos esse processo, já que a CUT não cumpre mais o papel que o movimento sindical deve possuir na transformação de uma sociedade. Achamos que essa decisão de junto com outras correntes avançadas do movimento sindical criarmos uma nova central de luta e democrática, vem a aumentar a influencia do PCdoB no seio do movimento sindical brasileiro.” – Agamenon Sarinho – Presidente Estadual do PCdoB.
De João Pessoa,
Flávio Renato Ferreira