Lula Morais – Somos todos iguais

Nessa perspectiva prevalece o isolamento da pessoa com deficiência e a adoção de medidas assistencialistas e de “protecionismo”, inclusive do ponto de vista de determinadas políticas públicas, contribuindo para o aprofundamento da condição de segregação e exclusão social, econômica e política em que ainda se encontra a maioria das pessoas com deficiência.

De acordo com o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2000, 14,5% dos brasileiros possui algum tipo de deficiência, em números atualizados, mais de 27 milhões de pessoas. Segundo a mesma pesquisa, o Ceará é um dos cinco estados com maior índice de deficiência, perfazendo 17,8% da população, ou seja, um milhão e quinhentos mil casos, quase um em cada cinco cearenses possui algum tipo de deficiência.

Muito além da delimitação quantitativa, importante para conhecer a abrangência das necessidades e demandas, cabe ao poder público, em todas as suas instâncias, garantir o acesso aos direitos humanos básicos à toda população, reconhecendo a existência “das diferenças”, aplicando, portanto,  tratamento necessário para sua inclusão.

Neste 21 de setembro, Dia Nacional de Lula da Pessoa com Deficiência, muito se tem a comemorar do ponto de vista do fortalecimento da luta e da organização das pessoas com deficiência. No que tange à legislação muito se tem feito, entretanto, muito ainda está por fazer valer, muitas são as leis que “não saem do papel”, seja por falta de fiscalização ou da vontade política dos governantes.

Como todo ser humano, a pessoa com deficiência quer garantia de direitos, mobilidade, acessibilidade, inclusão social e econômica, participação cidadã, chance para desenvolver suas potencialidades e a oportunidade de se apropriar de seu destino, convivendo em todos os âmbitos da sociedade.

                                
Lula Morais/deputado estadual PCdoB e médico