PCdoB passa a comandar onze prefeituras na Bahia
Numa demonstração do bom momento que o partido vive no estado e o consequente crescimento no número de filiações, o PCdoB atingiu esta semana a marca de 11 prefeituras dirigidas por integrantes da legenda. Além de São Sebastião do Passe, que tem
Publicado 11/10/2007 18:16 | Editado 04/03/2020 16:21
A Bahia acompanha uma tendência favorável aos movimentos progressistas e populares que é verificada na América Latina, especialmente na América do Sul. No Brasil, a eleição e, em seguida, a reeleição do presidente Lula são os maiores símbolos do papel que a forças progressistas e de esquerda vem assumindo. Na Bahia, a eleição de Wagner é também parte desse novo momento e ocorreu num contexto de declínio das forças conservadoras no estado.
Ao momento favorável à esquerda, no caso do PCdoB, se juntam outros fatores. Foram importantes para o crescimento e o aumento de filiações ao partido: a sua força política e ideológica, e a nova postura eleitoral do partido. Com pouca tradição de participação em disputas majoritárias como líder de coligações, o partido pretende, a partir das próximas eleições, adotar uma nova política e participar de chapas majoritárias em todo o estado. “Nós dávamos um tratamento secundário às batalhas eleitorais, na atualidade aumentamos nossa convicção que a disputa eleitoral é o caminho que agora está posto para a esquerda, para os comunistas”, afirma Péricles Souza, presidente do PCdoB na Bahia.
Essa postura está alinhada à nova política eleitoral adotada pelo partido nacionalmente, e já tem conseqüências em todas as regiões da Bahia. Dos 417 municípios baianos, 364 possuem Comitês Municipais do partido, e mais de cem terão candidatos comunistas às eleições municipais do ano que vem. As Conferências Municipais que se realizam nos meses de setembro e outubro deste ano, estão sendo marcadas pelo grande número de participantes e pela filiação de centenas de novos membros. “O partido tem crescido também em outras áreas, como nos movimentos social e sindical, e, principalmente, tem se expandido geograficamente, hoje temos comitês quase que na totalidade do estado”, declara Souza.
Centro-sul do estado agora tem cinco prefeituras comunistas
Das sete mesorregiões baianas, o Centro-sul é a que mais detêm prefeituras comandadas por membros do PCdoB, cinco ao todo. Em Ituaçu, na Chapada Diamantina, e Boa Nova, na microrregião de Vitória da Conquista, os atuais prefeitos, respectivamente Albérico Costa e Adonias da Rocha Pires, vieram da legenda do DEM. Também no Centro-sul, o município de Marcionílio Souza, com aproximadamente 10 mil habitantes e a 336km de Salvador, foi mais um que teve seu prefeito, José Rebouças, o Zeu, (egresso do PL) filiado ao partido. Dos novos membros que estão à frente de prefeituras, a única mulher é a prefeita de Matina, Olga Gentil Cardoso, oriunda do PTC. Em Malhada das Pedras, cidade que faz fronteira com Brumado, o prefeito José Monteiro Neto, deixou o PL e também se integrou ao PCdoB .
Região do Vale do São Francisco tem dois prefeitos filiados
No Vale do São Francisco, dois municípios passaram a fazer parte da lista de prefeituras do PCdoB. Em Campo Alegre de Lourdes, cidade a 630 km da capital, Alessandro Dias deixou o PR. E em Serra do Ramalho, município no outro extremo do Vale e próximo a Bom Jesus da Lapa, Carlos Caraíbas trocou o PSDB pelo PCdoB . Os dois municípios, que ficam em umas das regiões mais importantes do estado, têm aproximadamente 30 mil habitantes cada.
Correntina e Iraquara
Provando que a presença do PCdoB atinge a diferentes regiões, o prefeito de Correntina, a 980 km da capital, Nelson “Maguila” se filiou ao partido e foi um dos pioneiros. Após permanecer menos de um mês sem filiação partidária, Maguila foi eleito pelo PFL e se desfiliou no dia 10 de setembro. Também do PFL veio Walterson Coutinho, prefeito de Iraquara, cidade do Centro-norte baiano, com aproximadamente 20 mil habitantes.
Além de prefeitos, muitos vereadores também se filiaram ao PCdoB, e a tendência é que, com a proximidade do pleito do ano que vem, mais filiações ocorram aumentando a influência política do partido, que tem um projeto audacioso para 2008, na Bahia.
De Salvador,
Rodrigo Rangel Jr.