Empresários e sindicalistas criticam manutenção dos juros
Depois de 18 cortes consecutivos na Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa em 11,25% ao ano, sem viés. Em nota, o BC diz ter avaliado a conjuntura macroeconômica e que na reunião passada, a instituição já tin
Publicado 17/10/2007 21:17
A manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi mal recebida por representantes do setor produtivo da economia. As entidades ligadas à indústria e aos trabalhadores afirmaram que a primeira suspensão da queda da Selic desde setembro de 2005 terá reflexos negativos sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em nota oficial, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, avaliou que, apesar dos impactos inflacionários, não havia motivos para a manutenção da Selic. “O aumento da inflação nos últimos meses ocorreu por pressões pontuais e não de forma disseminada”, informou o comunicado. Para a entidade, o cumprimento da meta de inflação de 4,5% para este ano não estava ameaçado.
Segundo a CNI, o nível atual de juros é ainda mais danoso à indústria por causa da elevação contínua da carga tributária e porque intensificará a entrada de capitais estrangeiros. Os recursos externos, alega a entidade, tornará o dólar ainda mais barato e prejudicará as exportações do país.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) também lamentou a interrupção da queda da Selic. Para a entidade, a seqüência de cortes promovida há mais de dois anos impedia a valorização excessiva do real. “Mais uma vez, nos decepcionamos com a falta de entendimento da realidade demonstrada pelo Copom”, expressou o comunicado. “Isso custa caro ao setor produtivo e à sociedade brasileira.”
A decisão do Banco Central desagradou às centrais sindicais. Em nota oficial, o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, afirmou que a manutenção da Selic de “nefasta” e beneficiará apenas os especuladores. “A medida do Copom frustra os trabalhadores que tinham a expectativa de um grande corte. Mantendo os juros básicos num patamar proibitivo, o governo sinaliza com um cenário impróprio para o setor produtivo, gerador de novos postos de trabalho”, destacou o texto.
Fonte: Agência Brasil