FMI revisa projeções para os EUA e diz temer recessão
O risco de recessão aumentou nos EUA devido ao agravamento da crise no setor imobiliário, afirmou nesta quarta-feira (17) o Fundo Monetário Internacional (FMI), que revisou em forte baixa sua previsão de crescimento para 2008. “O risco de recessão aumento
Publicado 17/10/2007 16:03
No entanto, o chefe dos economistas do Fundo, Simon Johnson, amenizou a gravidade da situação, destacando que “o comportamento saudável do mercado de trabalho reduziu os temores de uma desaceleração mais brusca”.
O Fundo corrigiu suas previsões de crescimento com relação ao que esperava em julho: queda de 0,1%, para 1,9% em 2007, e menos 0,9%, para 1,9% em 2008. O crescimento foi de 2,9% em 2006 e 3,1% no ano anterior.
Esses dados medianos, que circulavam há vários dias como rumores após um vazamento de informações, podem ser inclusive otimistas demais. “Há riscos de efeitos negativos pensando sobre as previsões”, segundo o relatório.
O cenário de base considerado pelo FMI e sobre o qual são elaboradas as suas previsões para 2008, “parte do princípio de que o Federal Reserve reduzirá sua taxa de juros em meio ponto percentual até o fim do ano”.
“Os sinais de que a economia vai continuar a ritmo moderado devem justificar novas reduções das taxas, desde que a inflação se mantenha contida”, destacou a instituição multilateral.
Imprevisibilidade
É raro o FMI dar palpite na política dos bancos centrais, pedindo transparência. O Fed já reduziu seus juros em 0,5% em setembro, para 4,75%. O Fundo citou vários fatores que induzem ao pessimismo, especialmente a crise financeira dos últimos meses que pode ter conseqüências ainda imprevisíveis sobre o custo e a distribuição dos créditos.
Mas o maior risco continua sendo a correção do setor imobiliário residencial, que pode ser “mais prolongada e mais grave que o previsto, e que vai se estender durante boa parte de 2008”.
O FMI prevê uma queda dos preços dos imóveis de 5% em seu cenário básico. “Mas a queda pode ser mais forte” o que teria um efeito desanimador para o consumo e para o investimento residencial.
As famílias teriam dificuldades para absorver esta crise imobiliária se, além disso, as condições se deterioraram no mercado de trabalho ou se a Bolsa mantiver a tendência de queda, acrescentou o Fundo.
Finalmente, o Fundo reiterou suas advertências sobre a política orçamentária, expressando dúvidas sobre a capacidade do governo americano de equilibrar o orçamento em 2012, como se propõe, porque seria necessário uma política de consolidação orçamentária “mais ambiciosa”.
Fonte: AFP