MST se mobiliza contra transnacionais do eucalipto
O Movimento Sem Terra realiza mobilizações durante esta terça-feira (16) no Rio Grande do Sul em protesto às transnacionais. Neste momento, cerca de 100 pessoas estão roçando uma área da Votorantim Celulose em Bagé, na antiga Fazenda Ana Paula. Cedo da
Publicado 17/10/2007 10:10 | Editado 04/03/2020 17:12
As atividades integram a Jornada contra as transnacionais e pela soberania alimentar, que ocorre no dia 16 de Outubro em todo o país. No Rio Grande do Sul, as famílias protestam contra as transnacionais de alimentos e da celulose, que prejudicam a agricultura familiar e dificultam a reforma agrária, respectivamente. No caso do setor da celulose, somente as transnacionais Aracruz, Votorantim e Stora Enso detêm cerca de 300 mil hectares plantados de pínus e eucalipto no Estado. A monocultura concentra
a terra nas mãos de poucos e degrada o solo. A atividade do pínus e do eucalipto, especificamente, resseca os mananciais hídricos e reduz a biodiversidade local, prejudicando a produção agrícola. Pesquisas mostram que um único pé de eucalipto consome 30 litros de água para crescer.
Além disso, o setor da celulose não gera tanto emprego como as empresas afirmam. Levantamento da organização Cepedes, do Extremo Sul da Bahia, mostra que a monocultura de eucalipto gera um único emprego a cada 185 hectares.
O MST também critica os governos federal e estadual, que emprestam dinheiro público e dão incentivos fiscais às empresas da celulose, que não geram emprego. Enquanto isso, a agricultura camponesa, que é a responsável pela produção de alimentos no país, enfrenta sérias dificuldades para conseguir produzir devido aos altos preços dos produtos e da falta de incentivos do governo. As autoridades também não realizam a reforma agrária. Somente no Rio Grande do Sul, são 2,5 mil famílias acampadas em beiras de estrada sem ter onde morar e plantar.
A jornada do dia 16 de Outubro marca a morte do camponês coreano Lee Kyoung Hae, que em 2003 ateou fogo em seu próprio corpo em protesto contra as políticas da Organização Mundial do Commércio (OMC). Kyoung Hae acabou falecendo, mas sua luta permanece viva.
CUT