Patrimônio Histórico está se perdendo em Jardim

A Bacia do Araripe, além da rica biodiversidade, é considerada a região fossilífera mais rica do Período Cretáceo em todo planeta. O clima árido contribui para a preservação dos fósseis.

Segundo os paleontólogos, há aproximadamente 100 milhões de anos existiam ali pequenos lagos, ocasionalmente alimentados pela água do mar. ´A baixa concentração de oxigênio no fundo desses lagos dificultava a proliferação de bactérias e, portanto, a decomposição da matéria orgânica´, explica o professor de Paleontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexander Kellner.


 


 


Escavações na região revelaram a presença de 33 peixes, 21 pterossauros, três dinossauros e 185 insetos; sem contar com tartarugas, crocodilos e outros animais e plantas.


 


 


Entre os paleontólogos e mesmo entre no comércio clandestino de fósseis, parece haver um entendimento de que os fósseis de melhor qualidade estão localizados no Membro Romualdo da Formação Santana.


 


 


 


No Sítio Sobradinho, no município de Jardim, é possível visitar locais onde as escavações revelam os nódulos (concentração de substância mineral em redor de um ponto ou de um eixo, ou dentro de uma cavidade) inseridos nos folhelhos (rocha argilosa folheada) exatamente da forma como a natureza preservou amimais e plantas durante milhares de anos.


 


 


Bacharel em Direito, José Álvares Coutinho Júnior, à frente da Fundação Francisco de Lima Botelho, que abriga o Museu de Ciência e História Natural Barra do Jardim, lamenta a exclusão de Sobradinho do contexto do Geopark Araripe.


 


 


Ele explica que trata-se de uma área ocupada por pequenos agricultores familiares, que, no período de seca, acabam se deixando seduzir pelo lucro fácil oferecido por contrabandistas estrangeiros e brasileiros de fósseis. ´Mas eles poderiam ter a alternativa econômica do artesanato, da trilha ecológica, evitando a perda deste patrimônio´, explica.


 


 


Fonte: Diario do Nordeste