Chico Lopes pede CPI para caso do leite adulterado

Por iniciativa do deputado federal cearense Chico Lopes (PCdoB), a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados encaminhou nesta quarta-feira a apresentação de um requerimento de CPI para investigar a produção de leite adulterado. A prática fo

Para o deputado cearense, a comprovação desse esquema de adulteração do leite tipo longa vida, com o objetivo de aumentar o volume do produto e sua data de validade, constitui um dos mais graves casos de violação ao direito do consumidor na história recente, devendo servir de alerta para que a fiscalização governamental sobre o leite e outros produtos seja intensificada. “É simplesmente chocante que esses produtores tenham utilizado desse expediente, pensando somente no aumento de seus lucros a qualquer custo, colocando em sério risco a saúde de milhares de pessoas e a credibilidade das instituições de vigilância sanitária brasileiras, aqui e no exterior”, afirma Chico Lopes. “Por isso, em reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, fizemos a sugestão de uma CPI para investigar esse e outros possíveis casos. E nisso tivemos o imediato apoio dos demais membros da comissão”, acrescenta, citando que denúncias de falsificação de outros produtos, como bebidas alcoólicas, também podem vir a ser investigadas pela CPI.


 


 


A coleta de assinaturas para o requerimento que solicita a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Leite Contaminado já começou. “Só ao longo do dia de hoje foram recolhidas mais de 70 assinaturas de parlamentares que concordam com a necessidade de CPI para investigar esse caso escabroso. São necessárias 170 assinaturas para criar a comissão, mas tenho certeza que chegaremos a mais de 200”, estima o parlamentar cearense. “No máximo até o início da próxima semana, o requerimento deve ser lido em plenário, para instalação da CPI, que poderá ser mista, reunindo deputados e senadores”, ressalta Chico Lopes, cogitando a convocação, pela CPI, de responsáveis pelas empresas Parmalat, Nestlé e Calu, acusadas de comprar leite adulterado pelos produtores.


 


 


“Ouro Branco”


 


Na operação Ouro Branco, a Polícia Federal prendeu 27 pessoas acusadas de adulterar leite produzido em duas cooperativas, com substâncias que aumentavam seu volume e disfarçavam suas más condições de conservação, para que o produto pudesse ser vendido com data de validade mais longa. Água oxigenada e soda cáustica foram detectadas em análises do leite cru, de acordo com laudo do Ministério da Agricultura. De acordo com a Polícia, as empresas Parmalat, Nestlé e Calu (Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia) estavam entre os compradores de leite das cooperativas Coopervale (Cooperativa dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande) e Casmil (Cooperativa Agropecuária do Sudoeste Mineiro), acusadas de “batizar” o produto.


 


De Fortaleza,


Dalwton Moura