Filha de Jorge Amado descarta acervo do pai fora do Brasil
A filha do escritor Jorge Amado, Paloma Amado, afirmou nesta quarta-feira (24) que o acervo do seu pai não será enviado para o exterior e que a família quer manter o espólio na Bahia. “Não faz sentido o acervo do meu pai sair da Bahia. Aqui é o lugar dele
Publicado 25/10/2007 10:02
“Faremos tudo o que for possível para que o acervo permaneça no Brasil e em boas condições de conservação. Por outro lado, ficamos comovidos com a imediata solidariedade do embaixador de Portugal”, afirmou.
Na segunda-feira, o embaixador português no Brasil, Francisco Seixas da Costa, se ofereceu para procurar entidades em Portugal que pudessem receber o espólio do escritor brasileiro, após uma declaração do neto do romancista, João Amado, de que a família poderia doar o acervo a uma universidade dos Estados Unidos.
A filha de Amado disse que, se não conseguir no Brasil uma resposta adequada em termos de captação de recursos do governo e de empresas nacionais, poderá buscar o patrocínio de empresas portuguesas instaladas no Brasil.
“Vivemos num país em que a cultura só existe se for patrocinada. Temos a Lei Rouanet de incentivo à cultura, e já existe um projeto aprovado com patrocínio da Petrobras. Mas, se não conseguirmos os recursos necessários, poderia conversar com amigos como o ex-presidente Mário Soares para buscar a ajuda de empresas portuguesas”, afirmou Paloma.
Acervo
O acervo de Jorge Amado tem cerca de 250 mil peças de valor histórico e literário, entre manuscritos, cartas, edições dos primeiros livros, dissertações de mestrado, teses de doutoramento, fotografias com personalidades e medalhas.
Desde março, o governo da Bahia suspendeu o financiamento de R$ 68 mil, que mensalmente entregava à fundação que cuida do espólio do romancista
Com a crise financeira, a Fundação Casa de Jorge Amado, que abriga o acervo do escritor falecido há seis anos, chegou a cortar o funcionamento do ar condicionado e demitiu funcionários.
Fonte: Agência Lusa