Artistas de circo lutam contra marginalização
Unir os melhores artistas de circo, aperfeiçoar seu potencial e conscientizá-lo do papel social que representam como profissionais. Estes são os objetivos básicos do projeto experimental “Circo, Cultura e Cidadania” da Ong Instituto Intervalo.
Publicado 29/10/2007 11:47 | Editado 04/03/2020 16:37
Nos últimos 12 dias, comissão formada pela organização não-governamental selecionou artistas de três circos de Fortaleza (Cia Intervalo, Circo Show e Circo do Motoca) para curso de capacitação.
O resultado foi apresentado ontem à tarde, no picadeiro montado na Avenida Dedé Brasil, no estacionamento do Supermercado Do Povo.
Com estrutura de tendas dos três circos, patrocinados pela Prefeitura de Fortaleza, malabaristas, mágicos e outros números clássicos, além de espetáculos de dança e teatro, foram apresentados em um espaço com capacidade para 400 pessoas.
Segundo Flávio Brito, dono do Circo Show, a cultura do circo local passa por uma processo de marginalização, diante das grandes companhias que vêm de fora, as quais não valorizam as atividades circenses mais tradicionais, como os palhaços, acrobacias, magias. De acordo com ele, no Ceará existem 30 companhias de circo, sendo 20 só na Capital.
Para o diretor de Projetos Institucionais do Instituto Intervalo, Alencar Lage, a idéia de trabalhar com o circo surgiu da necessidade de resgatar os jovens que atuavam no antigo projeto Circo-Escola, que reuniu estudantes até os 18 anos. Através do Instituto Intervalo, foi desenvolvido projeto para capacitar esses jovens para apresentações em festas.
Com o passar do tempo, o Instituto passou a se interessar pelos atuações de circos pequenos de Fortaleza. “São circos deficientes, mas com potenciais artísticos excelentes”, garante Alencar Lage. Em 2002, surgiu a Cia Intervalo de Circo, Cultura e Cidadania, com a proposta de capacitar e trabalhar a qualidade de vida dos artistas circenses.
O primeiro espetáculo ocorreu em 2006, com patrocínio da Coelce. Eles se apresentaram em Fortaleza, Juazeiro do Norte e Sobral. Desse processo de valorização do circo, foi criada a Associação dos Proprietários, Artistas e Escolas de Circo do Estado do Ceará.
Segundo Lage, a meta agora é atrair as empresas privadas para que invistam no circo, além de buscar apoio da Lei Rouanet. A diretora do Instituto Intervalo, Ilza Grangeiro, disse que o projeto inclui resgatar a história do circo.
Fonte: Diário do Nordeste