UJS do Amazonas na luta contra a homofobia
“A juventude defende a liberdade de amar” e “Viva a diversidade” foram alguns dos lemas que a União da Juventude Socialista (UJS) do Amazonas e as entidades dirigidas por seus militantes defenderam na VII P
Publicado 29/10/2007 18:43 | Editado 04/03/2020 16:13
Apesar de estarem num carro de som menor do que os demais, a participação dos jovens não deixou a desejar. Preocupados em não ingressarem apenas na grande festa que é o evento, tiveram a preocupação de usar as limitadas oportunidades de se manifestarem. Com isso, exibiram dois banners em ambas as laterais do carro de som – um com dois homens na iminência de se beijarem e o outro com um grupo de pessoas fincando a bandeira do arco-íris (símbolo dos homossexuais) – nos quais haviam frases de apoio a causa ali defendida.
Ainda assim, não conseguiram evitar o acaso. No auge da animação característica do evento, os jovens foram surpreendidos pelo aviso dos organizadores, que estavam logo atrás. Devido ao excesso de peso, o carro de som que levava os estudantes estava inclinado demais para o lado esquerdo. Com cuidado para evitar algum acidente, os responsáveis pela festa decidiram dividir o trio elétrico com os jovens. “Só assim ganhamos o espaço que merecíamos”, brincou o presidente da UMES, Yann Evanovick, referindo-se ao fato de terem ido para o maior trio que estava ali.
A participação de forma conscientizadora e politizada no evento foi a preocupação do presidente da UJS no Estado, Bruno Correa. “A mídia transformou a parada gay num evento de extravagância. Aparecem em jornais, revistas e televisão só os mais fantasiados. O que queremos é levantar a bandeira contra a homofobia e, quem sabe, daqui para frente pautar a união civil dos homossexuais”, destacou.
Como não poderia ser diferente, a ousadia de intervir num evento tão específico só poderia vim de quem sente na pele a dureza da discriminação generalizada. Homossexual assumido há cinco anos, o militante da UJS e diretor da UMES, Diego Lima, foi o idealizador desta atividade.
No entanto, não caminhou sozinho na empreitada. Sâmara, que se enquadra na mesma situação de Diego, tanto por ser homossexual quanto pela vida política (também diretora da UMES), contribuiu de forma significativa para a concretização da presença da UJS na luta contra a homofobia no espaço mais privilegiado para isso. Acostumada com grandes eventos, ajudou nas articulações institucionais facilitando, dessa forma, os intensos trabalhos que redundaram na excelente apresentação.
Anderson Bahia
UJS/AM