Bahia faz Encontro para debater criação da nova central dos trabalhadores
O Congresso Nacional de fundação da nova central sindical, denominada provisoriamente de Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), programado para dezembro, em Belo Horizonte, é o tema do Encontro Estadual desta sexta-feira, 9h, no auditório do Sindicato
Publicado 08/11/2007 22:09 | Editado 04/03/2020 16:21
A delegação baiana para Congresso em Minas Gerais é estimada em 300 participantes, entre delegados e delegadas.
Para o vereador de Salvador e secretário estadual Sindical do PCdoB, Everaldo Augusto, “há necessidade de o movimento brasileiro criar uma central que expresse as plataformas dos trabalhadores, construídas ao longo dos últimos anos, tendo como centro a exigência de um novo modelo econômico que promova distribuição de renda, crescimento, geração de empregos, criação de políticas públicas universais e valorização do trabalho”.
História de luta
A Corrente Sindical Classista (CSC) nasceu em abril de 1988, quando a evolução do quadro político provocava profundas alterações na forma de atuação das duas centrais sindicais então existentes – a CUT e a CGT. A CSC aderiu à CUT em 1991 e rapidamente conquistou o posto de segunda tendência da central. No último Concut, liderou uma chapa que disputou a direção e obteve cerca de 30% dos votos.
A incorporação da CSC aumentou a representatividade da CUT, realçando um perfil mais pluralista e reforçando a vinculação entre a luta econômica e a luta política. À época, o entendimento era de que a unidade do movimento sindical passava pelo fortalecimento da CUT. Mas, no início dos anos 90, a CSC não acompanhou a força majoritária da CUT, a Articulação Sindical, no “entendimento nacional” proposto pelo governo Collor.
Mais à frente, já com FHC na presidência, novamente a CSC divergiu da Articulação quando o presidente da CUT, Vicentinho, participou das negociações com o governo e defendeu o famigerado acordo da Previdência Social. A CSC avaliou na ocasião que uma das causas era a crise do socialismo, que repercutiu ideologicamente na perda de perspectiva de alguns setores do movimento sindical.
Começava ali uma fase de divergências políticas entre as duas principais tendências cutistas, que chegaria ao limite no 9º Concut, realizado em 2006. Para atender aos acordos internos, a tendência majoritária agiu à margem da legalidade para deslocar a CSC do comando da CUT-BA e enfraquecê-la em outros Estados. E se recusou a manter o cargo de vice-presidente da CUT em mãos classistas.
A atitude da Articulação Sindical comprometeu seriamente a unidade da central. A questão não era meramente sindical. Tratava-se de consolidar uma frente política no interior da CUT, tendo em vista objetivos estratégicos maiores, destacadamente a defesa de um novo projeto nacional de desenvolvimento, fundamentado na soberania e na valorização do trabalho. A nova configuração da direção cutista, no entanto, sufocava ainda mais essas idéias, o que culminou com a criação de uma nova central, a CTB.
De Salvador,
Dante Matisse